Há poucas pessoas no mundo com um currículo tão impressionante quanto o de Tony Fadell: o seu primeiro trabalho foi na icónica (ainda que pouco lembrada) General Magic; aos 24 anos já era diretor de tecnologia da Philips; criou de raiz o leitor de música iPod, o que ajudou a salvar a Apple; liderou a equipa que projetou e construiu o hardware e o software do iPhone, produto que iniciou uma autêntica revolução digital; fundou a Nest Labs, empresa de produtos inteligentes para a casa, com um termostato como ponta de lança, que a Google compraria pouco tempo depois por 3,2 mil milhões de dólares; e atualmente gere, em conjunto com outros executivos, uma empresa de investimentos com, pelo menos, 100 milhões de dólares em ativos (quanto acima desta valor, ao certo, não diz).
Trabalhou ainda diretamente com alguns dos nomes grandes de Silicon Valley, incluindo Steve Jobs e Jony Ive (Apple), Larry Page e Sundar Pichai (Google), tendo travado amizade com muitos outros titãs da tecnologia (como Jeff Bezos, da Amazon).
Os altos e baixos da sua carreira, o acesso à forma de pensar das grandes empresas de tecnologia, assim como a algumas histórias de bastidores (como aquela na qual um funcionário da Google, perante o CEO da empresa e milhares de outros funcionários, exigiu saber por que razão a sua marca de iogurtes preferida tinha desaparecido das cantinas da empresa…), foram condensados num livro, uma espécie de bíblia do empreendedorismo, chamado Criar (editado pela Lua de Papel).
Apesar de viajar com frequência entre a Europa e os EUA, é em Lisboa que está o recanto ao qual Tony Fadell chama de casa, cidade onde vive atualmente. “Tenho vivido em Lisboa no último ano. (…) É uma cidade muito bonita e consigo percorrer toda a costa, assim como subir até ao Porto”, revela em entrevista à Exame Informática.
E Tony Fadell tem um recado para os portugueses. Mais especificamente sobre a falta de cultura de risco (tentar, falhar, aprender) e o estigma que ainda existe relativamente aos falhanços pessoais e empresariais.
“Quantas vezes os portugueses tentaram atravessar o Atlântico para encontrar um novo mundo? Quantas dessas missões falharam? Estavam sempre a falhar. Mas continuaram a tentar. Não era como se de cada vez que o barco afundasse, dissessem: ‘Desistimos e nunca vamos lá chegar’. Antes, essa era a cultura em Portugal. Era: ‘Vamos fazer acontecer, vamos correr riscos’. Deixem de ser complacentes. Para ser um líder de inovação mundial, é isso que é preciso”.
Pode ler a entrevista completa do influente executivo norte-americano à Exame Informática aqui.