Lambert Hogenhout tem uma consciência plena da instituição que representa e do peso que isso acarreta. Ou não fossem já 20 anos ao serviço da ONU. Nota-se na forma ponderada como fala, na forma pausada como procura abordar as questões que lhe são colocadas e na forma equilibrada como estrutura as respostas. A tecnologia pode provocar danos e esse é um risco que a ONU – e Hogenhout – simplesmente não pode correr.

Não é por isso de estranhar que o neerlandês tenha sido responsável por ter criado o guia de tecnologia responsável, o sistema de gestão de riscos de Inteligência Artificial (IA), assim como os princípios de proteção de dados e ética de IA da organização. A missão de Hogenhout é tornar a ONU mais ágil, tecnologicamente falando, mas também garantir que todos, não apenas ele, sentem o que acarreta, de bom e mau, trabalhar em tecnologia. Uma mensagem que veio passar à comunidade de cientistas de dados portugueses que participaram no evento Data Makers Fest, organizado no final de 2023 no Porto.