O desenvolvimento de grandes modelos de linguagem (LLM) requer investimentos na ordem dos milhares de milhões de dólares e uma elevada capacidade de computação. A OpenAI conta com a parceria com a Microsoft para ajudar nestes dois domínios, mas o diretor executivo da startup, Sam Altman, confirma que espera receber muito mais da gigante de Redmond e de outros empresas para continuar o desenvolvimento do GPT-5, trabalho que já está em curso, avança o Financial Times.
O atual modelo GPT-4 já é capaz de quase espelhar o conhecimento e entendimentos humanos. Na próxima geração, o executivo espera que o modelo seja dotado de “superinteligência” e consiga equiparar as capacidades humanas de raciocínio, argumentação e processamento de ideias complexas, explicou o executivo durante a entrevista.
Com a parceria com a Microsoft, a OpenAI já recebeu mais de dez mil milhões de dólares como parte do acordo multianual entre as duas organizações. A Microsoft, recorde-se, usa o GPT-4 no Copilot para alimentar as soluções de IA dentro do Windows e de outras aplicações, pelo que o investimento começa a justificar-se. Altman conta ao Financial Times que “a Microsoft mudou o modelo de negócio para o uso de IA, integrando o sistema Copilot – construído no topo do GPT-4 – no Windows, no Microsoft 365 e em outros produtos”.
Para o treino do GPT-5, Altman explica que precisa de dinheiro, poder de processamento e ainda mais dados. A estratégia para este último ponto passa pelo recurso a bases de dados publicamente disponíveis e à compra de dados a empresas.
Sam Altman confirmou que espera angariar ainda mais investimento da parte da Microsoft para continuar a desenvolver tecnologias de Inteligência Artificial, mas também revelou que tenciona angariar capital junto de outras entidades. “Ainda há um caminho muito longo para percorrer e muita computação que será necessário construir entre o ponto em que estamos agora e a Inteligência Artificial generalista [AGI]… as despesas de treino são simplesmente enormes”, confidenciou.
“Neste momento, as pessoas dizem ‘eles têm um laboratório de investigação, eles têm API [software], eles têm uma parceria com a Microsoft, eles têm aquela coisa do ChatGPT e agora há uma loja GPT’. Mas estes não são na realidade os nossos produtos. (…) Este são canais para o nosso único produto, que é a inteligência, a inteligência mágica. O nosso trabalho é esse”, acrescentou o CEO da OpenAI. Ou como diria mais à frente na entrevista, metade do seu tempo é passado em descobrir “como construir uma superinteligência”.
O executivo não se comprometeu, no entanto, com datas de lançamento para o modelo de linguagem GPT-5.