A Microsoft aproximou-se da Apple em 2016 para tentar ‘vender’ o Bing à empresa da maçã. A estratégia passava por convencer os executivos da Apple em ter o Bing como motor de busca integrado em equipamentos como os smartphones iPhone e os computadores MacBook, provando que o motor de pesquisa desenvolvido pela empresa era uma alternativa válida ao Google.
As equipas da Microsoft chegaram a fazer apresentações a Eddy Cue, o vice-presidente de serviços da Apple.
Agora, num julgamento que está a decorrer atualmente sobre as práticas concorrenciais da Google, Cue admitiu que não pensou “na altura, nem hoje, que houvesse algo tão bom quanto a Google nas pesquisas”. Outra razão fundamental para recusar a proposta da Microsoft sobre o Bing, segundo Cue, é que havia muito dinheiro envolvido no negócio que a empresa mantém com a Google (uma “razão fundamental”, segundo o executivo), embora “qualidade e capacidades” também tenham pesado na decisão.
De recordar que a Google paga todos os anos vários milhares de milhões de dólares à Apple para que o motor de busca Google seja o sistema de pesquisa web pré-definido nos equipamentos da empresa rival, com destaque para o iPhone. E era um acordo semelhante que a Microsoft pretendia alcançar com a Apple.
A Microsoft chegou a considerar investir mais do que a Google, confirmou o executivo Jon Tinter, durante o mesmo julgamento. Os diretores executivos Satya Nadella (Microsoft) e Tim Cook (Apple) estiveram mesmo sentados à mesa das negociações, com a Microsoft a admitir realizar o investimento a fundo perdido como parte de uma estratégia para fazer aumentar a quota de mercado do Bing.
No entanto, as negociações entre a Microsoft e a Apple nunca avançaram além da fase de “conversações”, segundo a publicação ArsTechcnica.
Agora, os planos da Microsoft para o motor de busca estão radicalmente diferentes, com a parceria com a OpenAI a trazer várias capacidades de Inteligência Artificial para o Bing.