Elon Musk comprou a Twitter por 44 mil milhões de dólares num negócio que não agradou (e ainda não agrada) a todos: Evan Williams, um dos cofundadores da plataforma, está nesta lista e confessou agora que se sentiu “triste” quando soube da aquisição. Na primeira vez que fala abertamente sobre o tema, Williams deixou no ar o receio de que a Twitter se torne no novo MySpace ou novo Yahoo, lembrando dois casos de tecnológicas que chegaram a ser bastante populares, mas que depois perderam relevância devido às más gestões das respetivas empresas.
A Twitter, sob a liderança de Musk, não tem passado por tempos fáceis. Depois de mudanças significativas, que incluíram milhares de despedimentos, e algumas alterações erráticas, os anunciantes estão ainda distantes da plataforma, com a Twitter a apresentar quebras de receitas, quando comparado com iguais períodos do ano passado. Entre o início de abril e o início de maio, as receitas de publicidade do Twitter baixaram 59%.
“Acho que ele ainda não acertou muito bem”, disse Williams, alertanto para o facto de agora ser muito mais difícil recuperar a marca do Twitter, por estar intimamente ligada à figura de Elon Musk. O antigo executivo da rede social disse ser apropriado comparar a situação atual do Twitter à que aconteceu à Yahoo – segundo a análise de ‘Ev’ Williams, a Yahoo ainda é uma empresa grande e valiosa, mas “reputacionalmente, é muito diferente”.
Também Jack Dorsey, outro cofundador da Twitter, afirmou no passado que Elon Musk não era o líder ideal para a empresa, lembra o ArsTechnica. O terceiro cofundador, Biz Stone, foi o primeiro a expressar a desaprovação da compra, nunca mencionando Musk pelo nome, mas escrevendo no Twitter que “ele não é uma pessoa séria. Faz coisas na desportiva que têm consequências reais para as pessoas. Isto é um serviço aberto e global”.
As afirmações de Williams foram feitas ao The Circuit da Bloomberg, com o executivo a vaticinar ainda que alternativas emergentes ao Twitter podem vir a destroná-lo se Musk não conseguir melhorar o produto ou ser inovador e confessou ter uma “relação estranha” com a plataforma atualmente, entre apreciação pelo que é e o desinteresse pelo que possa vir a ser.