É um momento de grande popularidade para o ChatGPT e outros sistemas de Inteligência Artificial semelhantes, mas há vozes que se têm feito ouvir para refrear o momento de grande entusiasmo que está a existir com estas tecnologias, defendendo que ainda não está avançada o suficiente, alertando para os problemas éticos e para as falhas destas soluções. Um dos alertas mais proeminentes surge agora, com Vint Cerf, evangelista da Google e ‘pai’ da Internet, a alertar os empresários e executivos para não se apressarem a investir em soluções de chat baseadas em Inteligência Artificial. “Há uma questão ética aqui que espero que alguns de vocês considerem”, avisou Cerf durante uma conferência em Mountain View, nos EUA.
O alerta deste especialista surge numa altura em que o ChatGPT goza de grande popularidade e quando há rumores de que gigantes como a Meta, a Microsoft e a própria Google se prepararam para lançar as suas soluções de IA conversacionais.
John Hennessy, presidente da Alphabet, assumiu que estas tecnologias ainda estão nos primórdios, longe de poderem ser usadas amplamente e que ainda têm problemas de precisão e de “toxicidade” que têm de ser resolvidos antes de se testarem em público, noticia a CNBC.
“Se estiverem a pensar: ‘bem, vou poder vender isto aos investidores porque é mesmo um tema quente e toda a gente me vai atirar o seu dinheiro’, não o façam. Pensem bem. Estão certos quando dizem que nem sempre conseguimos prever o que irá acontecer com estas tecnologias e, para ser honesto, a maior parte dos problemas vem das pessoas – por isso é que as pessoas não mudaram nos últimos 400 anos, quanto mais nos últimos quatro mil”, afirmou Cerf.
“Estamos muito longe da consciência ou auto-consciência” revela Cerf contando o exemplo de que pediu a um sistema para colocar um emoji no fim de cada frase. O sistema não o fez e, quando Cerf alertou que tinha reparado nessa falha, o bot pediu desculpa, mas não mudou o comportamento. Outro exemplo dado por Cerf foi de quando pediu a um chatbot para fornecer a biografia de Vint Cerf, com o sistema a apresentar algo que descreveu como “factual”, mas que na verdade continha muitas imprecisões.