Anastácia Canto, 33 anos, fez duas grandes mudanças de uma vez. Deixou a área da Química, em que trabalhara durante uma década, e trocou de país, do Brasil para Portugal. Quando chegou ao País vinha decidida a tentar o caminho da informática, embora ainda não soubesse bem como fazer a transição. Enquanto pesquisava cursos de formação na área da programação deparou-se com a Escola 42 que promovia uma Casa Aberta para Mulheres. Visitou as instalações em Lisboa, na zona da Penha de França, identificou-se com a metodologia e apreciou bastante o facto de ser gratuito.
A funcionar há dois anos em Portugal, esta escola de programação, nascida em Paris em 2013, acaba por representar toda uma viragem na filosofia de ensino, com uma metodologia baseada na gamificação, em que cada aluno vai cumprindo tarefas, que se vão tornando cada vez mais exigentes. Não há professores, mas sim uma espécie de tutores que andam pela sala para esclarecer dúvidas mais complexas. Incentiva-se a aprendizagem autónoma e o trabalho de grupo. Também não é exigido qualquer tipo de formação prévia além do 12º e não há propinas, graças a um grupo de mecenas que suportam todos os custos, a troco de terem ali uma possível base de recrutamento de talentos (sem que haja qualquer compromisso de parte a parte). Entre o grupo de parceiros fundadores de Lisboa estão o Banco Santander, a Fidelidade, mas também empresas como a Bi4all ou a Mercedes-benz.io ou a Fundação José Neves. No Porto, o primeiro curso começou em novembro, com o apoio da Critical Techworks, a Amorim, Prozis e a própria Câmara Municipal.
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Foto: José Carlos Carvalho