Mark Zuckerberg, diretor executivo da Meta (ex-Facebook), e vários outros representantes da tecnológica fizeram uma mão cheia de anúncios sobre produtos e serviços que estão a ser desenvolvidos pela empresa para servir (e tirar partido) do metaverso, um complexo de espaços digitais interconectados. O grande destaque do evento desta terça-feira foi a apresentação dos óculos de realidade virtual Meta Quest Pro, mas houve espaço para conhecer outros vetores da aposta da Meta, como a maior capacidade de personalização e expressão dos avatares.
Os novos óculos da Meta são o primeiro aparelho a incluir o chip Qualcomm Snapdragon XR2+, têm 12 GB de RAM, armazenamento de 256 GB, 10 sensores de alta resolução, lentes Pancake que proporcionam imagens mais claras e nítidas, ao mesmo tempo que reduzem a profundidade do módulo ótico em 40%. Este aparelho consegue fazer o rastreio ocular e de expressões faciais para melhorar a presença social dos utilizadores no metaverso, é compatível com o catálogo de aplicações dos óculos Meta Quest 2 (lançados em 2020) para desfrutar de uma ampla variedade de jogos e experiências de realidade virtual.
Dentro dos novos óculos há dois ecrãs LCD que usam um sistema de escurecimento por zonas (local dimming) e um filtro de imagem (tecnologia quantum dot) para fornecer cores mais ricas e vivas. Segundo a Meta, o novo hardware garante uma melhoria de 75% no contraste e 37% mais pixéis de resolução em comparação com os Meta Quest 2, explica o comunicado de imprensa. Os comandos também foram renovados, com os Touch Pro a incluirem sensores próprios para rastreio mais preciso e amplitude de movimento completa de 360 graus e feedback háptico com o sistema TruTouch Haptics.
Os Meta Quest Pro chegam ao mercado a 25 de outubro, com um preço recomendado de 1799 euros, que inclui o headset, os comandos Meta Quest Touch Pro e o carregador. Portugal continua fora da lista de países nos quais os óculos de realidade virtual da Meta são vendidos.
Mark Zuckerberg anunciou ainda a Avatar Store, que será lançada este ano, e pretende ser um local para comprar roupas virtuais de marcas conceituadas para vestir o nosso avatar no metaverso. A Meta está a cooperar com marcas de desporto e de entretenimento para garantir que as roupas se encaixam no estilo de cada utilizador e pretende começar um mercado de bens digitais interoperáveis, ou seja, que se possa usar uma peça de roupa comprada na Avatar Store noutras aplicações.
Outra novidade importante neste capítulo prende-se com a representação das pernas nos avatares: “Chega de flutuar da cintura para cima”, brincou Zuckerberg. O desafio associado à representação das pernas é muito grande, uma vez que quando o corpo digital é representado incorretamente – no local errado por exemplo – pode ser uma distração e arruinar a experiência de utilização. Se as pernas forem representadas em baixo de uma mesa ou atrás dos braços, o headset pode não as ver corretamente. As pernas dos avatares vão chegar primeiro à aplicação Horizon Worlds e depois devem começar a ser representadas noutras aplicações, à medida que a tecnologia for sendo melhorada.
A empresa anunciou ainda estar a trabalhar numa solução de Inteligência Artificial para ajudar os utilizadores a criarem um avatar fiel à realidade, para que o utilizador não tenha de perder tempo a ajustar a sua representação fotorrealista – um sistema conhecido como Codec Avatares e que a Meta já tinha anunciado em julho deste ano no evento Siggraph.
Conheça em detalhe todas as propostas e novidades da Meta no blogue da empresa, em inglês.