A Broadcom vai pagar 142,5 dólares por cada ação da VMWare, um valor 49% acima do último valor registado a 22 de maio. A concluir-se, este será o segundo maior negócio empresarial deste ano, atrás da compra da Blizzard por parte da Microsoft, que se fez por 68,7 mil milhões de dólares. A Broadcom vai assumir, como parte da compra, a dívida líquida de oito mil milhões da VMWare.
Depois de várias aquisições no segmento dos fabricantes de chips, que permitiram à empresa reforçar a sua posição, a Broadcom parece estar a virar a atenção para o setor do software. A compra vai aumentar em 45% as receitas da empresa neste setor.
Daniel Newman, analista da Futurum Research, vaticina que “ter algo como a VMWare… vai abrir um número significativo de portas que o seu portefólio atual provavelmente não lhes permite abrir”, cita a Reuters.
As autoridades dos EUA devem prestar particular atenção a esta compra, numa altura em que a administração Biden está a procurar fomentar maior competitividade em todos os setores, desde a agricultura à tecnologia. “Em última instância, a FCT vai querer perceber se esta consolidação vai ter impacto na competitividade e nos preços, especialmente num ambiente inflacionista”, afirma Josh White, professor e ex-economista da Securities and Exchange Commission.
Como parte do acordo, a VMWare vai ter permissão para procurar ofertas solicitadas de outros players durante 40 dias, mas caso avance para outro comprador, terá de indemnizar a Broadcom em 1,5 mil milhões (fora do prazo) ou 750 milhões (dentro do prazo).
A estratégia de diversificação da Broadcom terá começado quando a oferta para a compra da Qualcomm foi vetada pela administração Trump em 2018. Desde então, a empresa já comprou a CA Technologies por 18,9 mil milhões e a divisão de segurança da Symantec por 10,7 mil milhões, bem como explorou a possibilidade de comprar a SAS Institute Inc.