Os analistas estimam que os novos produtos da Apple, como os iPhone 13, os iPads ou os AirPods vão ser cada vez mais difíceis de encontrar nesta época festiva. Muitas destas encomendas estão atrasadas, com prazos de entrega previstos para dezembro, mas muitas vezes sem certeza de que venham a ser respeitados. Do lado da Google, alguns Pixel 6 Pro aparecem com datas de entrega só em janeiro. Nas consolas, encontrar as novas Xbox ou PlayStations mais recentes será quase impossível nas próximas semanas.
Dan Ives, analista da Wedbush, descreve que “atualmente, os iPhone 13 e as consolas estão a ter uma procura 20% superior à oferta, o que é um indicador do que podemos esperar para a Black Friday ou para o Natal. Também vimos os AirPods 3 já com faltas de stock até à semana do Natal”, cita a CNN Business.
Do lado dos consumidores, fazer as encomendas o mais cedo possível ou tomar decisões sobre quais os produtos que realmente querem ter são as duas opções disponíveis neste cenário de escassez. Para as empresas, há um risco de diminuir as receitas conseguidas na importante época natalícia e quebrar o ímpeto de vendas dos produtos recentemente lançados. Outra estratégia seguida tem sido desviar recursos em cadeias de produção e fornecimento bastante complexas. O iPhone 13, por exemplo, usa um chip proprietário da Apple, mas assenta também em outras empresas para chips que gerem o ecrã, o fornecimento de energia ou a conectividade. Em outubro, a empresa de Cupertino começou a realocar alguns dos chips planeados para os iPads para os iPhone, para ajudar a satisfazer a procura. O reverso da medalha é que as entregas de iPads acabaram por demorar mais tempo.
Gaurav Gupta, vice-presidente da Gartner, revela que “estamos a assistir à escassez em todos os produtos, mas as categorias premium – que requerem mais chips para certas funcionalidades – vão ser especialmente difíceis de encontrar”.
Apple, Microsoft, Google, Nintendo e Sony não quiseram comentar estas alegações dos analistas.
Noutras ocasiões, algumas destas empresas já alertaram que a escassez de chips irá afetar a oferta de produtos e que se prevê que as condições se mantenham difíceis pelo menos até ao segundo semestre de 2022.
“Se alguém quer um gadget para o Natal, é melhor comprá-lo já”, alerta Gupta.