“Os reguladores ainda estão no processo de definir um conjunto claro de regras de utilização para o seu uso. Entre esta incerteza crescente, acreditamos que restringir o uso de reconhecimento facial a um conjunto limitado de casos é o mais apropriado”, explica Jerome Pesenti, vice-presidente da Meta para a Inteligência Artificial. A plataforma vai remover a solução que reconhece automaticamente os utilizadores e os identifica em fotografias e vídeos, atuação que tem valido muitas críticas por particulares e organizações que receiam quebra de privacidade, discriminação de grupos marginalizados e instrumentalização de sistemas de vigilância intrusiva.
A empresa de Zuckerberg está a ser investigada por vários reguladores e legisladores sobre as suas práticas em diversos segmentos e a decisão de terminar este sistema de reconhecimento pode ser também uma forma de minimizar este tipo de inquéritos. Recorde-se que a IBM já terminou a venda dos seus produtos similares e Amazon e Microsoft anunciaram uma suspensão por tempo indeterminado para as autoridades.
No caso da Facebook, agora conhecida por Meta, a remoção vai ser global e faseada, estando concluída em dezembro. A empresa informa que mais de um terço dos utilizadores diários ativos aceitou o programa de reconhecimento facial e que irá agora apagar os templates dos rostos de mais de mil milhões de pessoas.
A Meta assegura que os produtos como texto alternativo automático, onde são criadas descrições sob a forma de legendas para as pessoas com dificuldades visuais, vão deixar de reconhecer as pessoas, mas funcionarão dentro da normalidade. Noutra declaração, a Meta informa que vai continuar a usar sistemas de reconhecimento facial noutros produtos, uma vez que são uma ferramenta poderosa para identificação de identidades, por exemplo.
Adam Schwartz, da Electronic Frontier Foundation, congratula-se pela decisão e espera que este seja um “momento notável no virar de costas nacional à tecnologia de reconhecimento facial”.