A comissária europeia Margrethe Vestager anunciou no ano passado uma proposta de lei que visa, entre outros aspetos, forçar os fabricantes a permitir a instalação de aplicações de terceiros e sem ser a partir das lojas oficiais de aplicações. No caso da Apple, o processo de sideloading – como é conhecido – permitiria aos donos de iPhone e iPad instalarem software de fora da App Store. Em junho, o diretor executivo Tim Cook já tinha alertado para os riscos que esta abertura pode trazer para a segurança e privacidade dos dispositivos Apple. Agora, a tecnológica sobe de tom e publica uma análise sobre as ameaças que podem vir com esta alteração.
No estudo agora publicado online, a Apple cita estatísticas da Kaspersky Lab que revelam que há cerca de seis milhões de ataques mensais a afetar aparelhos móveis Android. “Se a Apple fosse forçada a aceitar o sideloading, mais apps maliciosas chegariam aos utilizadores porque seria mais fácil para os cibercriminosos o fazerem – mesmo que o sideloading estivesse limitado a lojas de apps de terceiros”, cita a Reuters.
A empresa da ‘maçã’ apontou ainda o dedo aos anunciantes: “As grandes empresas que dependem de publicidade digital alegam perdas de receitas devido às [recentemente implementadas] funcionalidades de privacidade e podem, assim, ter um incentivo extra para distribuir as suas aplicações via sideloading, precisamente para contornar estas proteções”.
A proposta europeia está ainda a ser revista, terá de ser aprovada pelos legisladores e pelos países antes de entrar em vigor, provavelmente, em 2023.