Emmanuel Macron exprimiu os seus receios sobre as alegações de que o seu telefone e os de outras figuras do estado francês possam ter sido espiados com recurso à ferramenta de hacking Pegasus, da empresa NSO, a mando dos serviços de segurança de Marrocos. A preocupação foi transmitida pelo telefone ao primeiro-ministro de Israel e acompanhada de um pedido de investigação aprofundada sobre as acusações. A ferramenta da NSO permite extrair mensagens, fotos e emails, gravar chamadas e ativar sub-repticiamente o microfone dos telefones das vítimas para ouvir as conversas à volta do aparelho.
Recentemente surgiu uma base de dados dos telefones que estariam a ser espiados com recurso a esta ferramenta e o número de Macron é um dos que faz parte da lista. A NSO já veio a público dizer que o telefone de Macron não foi ‘espiado’ por qualquer um dos seus clientes e explicou que o facto de um número aparecer na lista não significa que estivesse a ser monitorizado.
Do lado de Israel, o primeiro-ministro Naftali Bennett terá recordado que as alegações reportam a eventos acontecidos antes de ter tomado posse e adiantou que uma comissão estava a avaliar se as regras de exportação de ciberarmas deveriam ser mais apertadas, para limitar este tipo de situações, noticia o The Guardian.
A investigação do Projeto Pegasus, composto por 80 jornalistas de 17 órgãos de comunicação social, revelou uma lista de clientes governamentais que teriam usado a ferramenta do NSO Group para espiar políticos, jornalistas, ativistas e advogados. O trabalho consistiu na análise de telemóveis e de uma base de dados com mais de 50 mil números de telefone, onde figuram nomes de relevo como o de Macron e outros diplomatas e militares, de 34 países. “Esta não é uma lista de alvos ou potenciais alvos do Pegasus (…) Os números listados não estão relacionados com o NSO Group de forma alguma”, defendeu-se a empresa.
A análise, que tem o apoio da Amnistia Internacional, descobriu, no entanto, vestígios do Pegasus em 37 dos 67 telefones analisados.