O projeto ShareArt foi apresentado em Bolonha e coloca a ENEA (agência de Investigação e Desenvolvimento em Itália) a usar câmaras de vídeo que medem o grau de satisfação dos visitantes com cada obra de arte exposta. O sistema mede o número de olhares e o tempo de contemplação de cada visitante, recorrendo a análises de big data para fornecer as suas conclusões. Além das câmaras, há vários sensores (disponíveis a baixo custo no mercado) que ajudam a fazer e registar as leituras, além do armazenamento, processamento e aplicação web para realizar análises multidimensionais interativas).
Os mentores da iniciativa explicam que “através de uma câmara colocada perto da obra, o sistema deteta automaticamente o rosto a olhar na direção do trabalho, adquire dados relativos ao comportamento dos observadores como o caminho tomado para se aproximar, o número de pessoas que estão a ver ou o tempo e distância de observação, o género, faixa etária e estado mental do visitante”. Para aumentar a segurança em tempos de Covid-19, o sistema foi afinado para detetar também o correto uso de máscaras respiratórias e o distanciamento social, desencadeando alertas visuais em tempo real para ‘notificar’ os infratores.
O ShareArt pode ser visto como uma forma de aumentar o número de visitantes aos museus e galerias, especialmente depois de tempos de confinamento prolongados. Os dados recolhidos irão servir para, por exemplo, mudar o posicionamento das obras, a iluminação de cada obra ou a sua localização face a outras, explica a Bloomberg.
O projeto já data de 2016, mas só agora começou a ser usado por museus como o Instituzione Bologna Musei e começou a fornecer dados relevantes: em méida, o tempo de observação é de apenas quatro a cinco segundos e são muito raras as obras que ‘merecem’ mais de 15 segundos de atenção dos visitantes.