Os utilizadores de iOS que atualizem para a versão mais recente do sistema operativo da Apple começam a receber notificações sobre as permissões dadas a cada aplicação instalada e obtêm assim maior visibilidade sobre que tipo de dados é que cada uma tem acesso. A Facebook optou por mostrar, nas notificações que aparecem com a sua app e com o Instagram (também parte do mesmo grupo), aquilo que está a designar como “ecrãs educativos” que fornecem “mais detalhes sobre como usamos os dados para anúncios personalizados”, cita o The Verge.
O texto da notificação explica que “esta versão do iOS exige que peçamos permissão para monitorizar alguns dados deste aparelho para melhorar os anúncios publicitários (…) Usamos a informação da atividade que recebemos de outras apps e sites para: mostrar anúncios mais personalizados; ajudar a manter o Facebook gratuito; apoiar os negócios que dependem dos anúncios para chegar aos seus clientes”. A mensagem que aparece na notificação do Instagram tem exatamente o mesmo texto.
A notícia destas ‘táticas de medo’ usadas pela Facebook e pela Instagram foi dada durante o fim de semana por Ashkan Soltani, um investigador de tecnologia, no Twitter.
Os programadores, com a nova versão do iOS, têm de obter o consentimento explícito dos utilizadores para poder partilhar o IDFA (Identifier for Advertisers) com outros. A recolha e uso de dados para publicidade dirigida é permitida, mesmo que o utilizador não autorize o rastreio, mas esses dados não podem ser partilhados com outras apps ou serviços.
A Facebook tem manifestado as suas críticas sobre esta alteração da política de privacidade, alegando que esta prática pode prejudicar muitos negócios pequenos que assentam na sua plataforma para chegar aos clientes. A empresa de Zuckerberg defendeu ainda em diversas ocasiões que a Apple está a fomentar novos modelos de negócio, menos dependentes de publicidade e mais de subscrições, algo que lhes dará uma percentagem maior de receitas.
A verdade é que o slogan de que o Facebook “é gratuito e sempre será” desapareceu da página inicial da rede social em 2019 e Zuckerberg também não excluiu a hipótese de ter uma versão paga da sua plataforma.