A pandemia colocou uma fatia significativa do país em casa e a depender mais dos serviços de comunicações, o que se traduziu por sua vez em mais reclamações contra os prestadores destes serviços. Dados da ANACOM mostram um aumento de 28% para as 125,5 mil reclamações registadas em 2020. As comunicações eletrónicas representam 87,6 mil queixas, 70% do total, enquanto os serviços postais totalizam 30% do total, com um aumento de 37% face a 2019.
O ranking de assuntos mais reclamados é liderado pela faturação, com 27% do total. Este tema, com variações de faturação de serviços não prestados ou não concretização das condições acertadas é o líder na MEO e na Vodafone. Já na NOS, os temas mais reclamados estão relacionados com a contratação de serviços e a assistência técnica. Falhas nos serviços lideram as queixas contra a Nowo/Oni. Apenas 6% do total de reclamações incidiu sobre a velocidade de acesso à Internet, na generalidade dos operadores, explica o regulador em comunicado de imprensa.
Em termos absolutos, a MEO é o prestador mais reclamado, com 35% das 87,6 reclamações, seguida da NOS (32%), Vodafone (30%) e Nowo/Oni (4%). A Vodafone foi quem mais cresceu neste segmento, com mais 32%, seguida da MEO com mais 24% e da NOS com mais 23%.
No entanto, em termos relativos, a MEO surge como o operador com menos queixas por cada mil clientes. Segundo estes dados, a MEO apresenta cinco reclamações por cada mil clientes, com a NOS a ter dez queixas por mil clientes e a Vodafone a apresentar sete reclamações por mil clientes. Já em 2019, e de acordo com a ANACOM, a MEO foi o operador com menos reclamações por mil clientes, lembra a operadora em comunicado.
Nos serviços postais, o atraso da entrega lidera, com 38% das 38 mil reclamações, mais 7% do que no ano anterior. Os CTT surgem como entidade mais reclamada, com 75% do total, seguindo-se a DPD com 18%, o que corresponde a 6900 queixas.