A ARM foi comprada pelo SoftBank em 2016. O grupo japonês tem um portefólio diversificado, com a totalidade ou parte da Boston Dynamics, Spring, Uber, GM Cruise e de outras tecnológicas. Agora, o grupo está interessado em ‘desfazer-se’ da ARM, outrora o seu bem mais valioso, para conseguir fazer dinheiro.
A ARM não produz chips, mas vende a propriedade intelectual baseada na arquitetura de CPU ARM sob a forma dos seus próprios desenhos Cortex ou faz o licenciamento para desenhar em qualquer outro formato, segundo o seu conjunto de instruções.
A Apple chegou a avançar com discussões preliminares para a compra, mas dado o posicionamento atual da ARM, a empresa de Cupertino considera que a ARM não se encaixaria no modelo de negócio baseado em hardware da Apple. “Também há receios sobre a posição dos reguladores, caso a Apple fosse a dona de uma licença que fornece tantos dos seus rivais”, cita um relatório da Bloomberg. Dado que a ARM está tão presente, de forma tão diversificada em várias marcas, afigura-se que muitas tecnológicas enfrentariam dificuldades com os reguladores locais e globais.
Por outro lado, a Nvidia perfila-se como um potencial comprador. A Nvidia tem também licenças ARM, mas não tem presença muito marcada no setor dos smartphones. Os chips da Nvidia são vendidos devido à força das suas GPU e a empresa tem como vitórias os desenhos para a Switch, para o headset da Magic Leap ou a sua própria box Android Nvidia Shield e está a virar atenções para o hardware para automóveis, devido à dificuldade em rivalizar com a Qualcomm nos SoC para aparelhos móveis. Outro documento a que a Bloomberg teve acesso mostra que a Nvidia também encetou discussões preliminares para a aquisição da ARM.
Caso não seja encontrado qualquer comprador, também há a hipótese de o SoftBank não avançar com a venda e tente encontrar outra solução para conseguir dinheiro para balançar os efeitos que pandemia teve nas empresas que detém ou de que faz parte.