Robert Strayer, diplomata americano para assuntos tecnológicos, comunicações e informação, afirmou, durante uma visita a Lisboa, que é “necessário desmistificar” a noção de que a Huawei está mais avançada que os rivais no campo do 5G. Este político reforçou assim o pedido de Washington, que tinha sugerido aos aliados banirem a Huawei das suas redes, argumentando que a fabricante estava a criar potencial de espionagem para o governo chinês. Recorde-se que, quer a Huawei, quer Pequim, sempre refutaram estas alegações.
Agora, Stayer pede que os países europeus pensem cuidadosamente sobre a sua estratégia nas redes 5G, considerando as implicações de segurança e económicas da utilização de tecnologia da Huawei. Este representante afirma ainda que a tecnologia da sueca Ericsson, da finlandesa Nokia ou da sul coreana Samsung estão tão ou mais avançadas do que as soluções da Huawei. “Estao a liderar o mundo no tipo de tecnologia que têm”, disse Stayer, descrevendo os rivais da fabricante chinesa, noticia a Reuters.
A Huawei alega ter investido 15 mil milhões de dólares só no último ano para desenvolver soluções e consolidar a liderança no mercado, acusando os EUA de quererem sabotar o seu crescimento porque as empresas americanas não conseguem rivalizar, nomeadamente no que diz respeito a preço.
Stayer recordou que os fabricantes ocidentais vão usar uma arquitetura aberta, com mais funcionalidades e criando mais oportunidades para empresas criarem equipamentos compatíveis.
A União Europeia já confirmou que vai deixar cada Estado-membro decidir se quer autorizar a participação da chinesa Huawei nas suas redes 5G ou não. Em Portugal, há um grupo de trabalho a monitorizar os riscos e segurança desta opção e foi aprovada a estratégia para o 5G no mês passado.