«Como demonstrado pelas revelações de [Edward] Snowden, os EUA têm subrepticiamente acedido a redes de telecomunicações em todo o mundo e espiado outros países já há algum tempo», refere o comunicado da Huawei. Por outro lado, a empresa refere ainda um trabalho do The Washington Post publicado esta semana e que dava conta de que a CIA comprou uma empresa chamada Crypto AG para espiar outros países durante décadas.
A resposta da Huawei surge num comunicado oficial de seis parágrafos no qual rebate as declarações publicadas no Wall Street Journal, onde oficiais dos EUA alegavam ter evidências de que a Huawei tem a capacidade de espiar equipamentos de rede em todo o mundo. Nessa mesma peça, é referido que as provas já foram partilhadas com agências de inteligência do Reino Unido e Alemanha.
«As alegações dos EUA não são mais do que cortinas de fumo – não fazem sentido em nenhuma lógica aceite no domínio da cibersegurança. A Huawei nunca acedeu nem irá aceder a redes de telecomunicações», refere a gigante chinesa. O comunicado assume mesmo um tom acusatório: «o The Wall Street Journal está claramente ciente de que o governo dos EUA não pode fornecer qualquer prova que suporte as suas alegações e mesmo assim escolhe repetir as mentiras espalhadas por estes oficiais dos EUA».
A empresa chinesa explica que, tal como outros fornecedores de telecomunicações, é obrigada a seguir os padrões de interceção aceites pela indústria como o 3GPP TS 33.107 para redes 3G e TS 33.128 para as redes 5G. «A Huawei não desenvolve nem produz qualquer equipamento de interceção além disto», disse a empresa.
Por fim, a Huawei considera «indigno que o governo dos EUA não poupe esforços para estigmatizar a Huawei usando temas de cibersegurança. Se os EUA descobriram violações da Huawei, pedimos solenemente outra vez que os EUA partilhem evidências específicas em vez de usar os meios de comunicação para espalhar rumores».
Esta situação entre os EUA e a Huawei ajuda a ilustrar que a encriptação vai ganhando cada vez mais relevância pois, na medida em que atores maliciosos e governos podem ter a capacidade de aceder a redes de telecomunicações, os utilizadores individuais podem apenas basear-se na encriptação para minimizar os riscos de os dados serem roubados.