Pode muito bem ser o primeiro dia do resto de um novo equilíbrio nas relações entre China e EUA: o presidente dos EUA, Donald Trump, e o vice-primeiro ministro chinês Liu He, deverão assinar esta quarta-feira um acordo com vista a estabelecer tréguas nas interdições de produtos e nas penalizações fiscais que as duas maiores economias do mundo aplicaram mutuamente, na sequência da proibição de compra e venda de equipamentos da Huawei na Terra do Tio Sam. O acordo comercial prevê duas fases. Apenas a primeira é já conhecida. A segunda fase do acordo fica dependente do sucesso e do cumprimento da primeira. Nesta primeira fase prevê-se que o acordo acabe com as taxas aplicadas pelos EUA à importação de telemóveis, computadores e até brinquedos. Mas nem todas as tecnologias são tratadas de forma igual: a importação de ecrãs e headphones Bluetooth deverá passar 7,5% de taxa – um valor que corresponde a metade da taxa aplicada depois do diferendo comercial.
Para já, não há notícias de que os EUA vão levantar a interdição comercial que aplicaram aos terminais e equipamentos de rede fabricados pelo grupo da Huawei. O acordo é, igualmente, omisso quanto a medidas que poderão ser aplicadas pelo estado chinês no sentido de proteger a propriedade intelectual americana e evitar a usurpação de tecnologias. A restrições que o mercado chinês tem aplicado comércio eletrónico ficam igualmente de fora deste acordo.
A Reuters recorda que, apesar deste acordo, muitas das importações vindas da China mantém taxas de 25%.
Em contrapartida, o governo chinês acede em autorizar um aumento de importações provenientes dos EUA: o que deverá levar a encomendas que totalizam 200 mil milhões de dólares (cerca de 179 mil milhões de euros) durante os próximos dois anos. Energia e produtos agrícolas lideram as importações provenientes dos EUA que a China deverá aumentar nos próximos tempos.
Com este aumento das importações, o EUA deverão poder reduzir o pesado défice da balança comercial entre os dois países, que atualmente está cifrada em 420 mil milhões de dólares (cerca de 376 mil milhões de euros).