A lista de parceiros que abandonou oficialmente o projeto da Associação Libra está a aumentar e a Facebook pode ter em risco o lançamento da sua criptomoeda. Tal como noticiado pelo The Verge, a Mastercard, Visa, eBay e Mercado Pago anunciaram estar de “malas feitas” uma semana após a saída da PayPal. Três destas empresas foram abordadas por senadores Democratas e foi-lhes pedido que reconsiderassem a sua participação no projeto.
De acordo com o The Verge, os membros que se mantêm enfrentam uma pressão cada vez maior por parte de governos e de várias autoridades reguladoras, uma vez que temem que a nova criptomoeda possa abalar o sistema financeiro vigente.
Um porta-voz da Visa contou à mesma publicação que «a Visa decidiu não juntar-se à Associação Libra nesta altura», sublinhando que «vão continuar a avaliar a situação e a decisão final vai depender de uma série de fatores, nomeadamente, a Associação cumprir, ou não, os requisitos regulamentares esperados.»
A primeira reunião oficial da Associação Libra está agendada para esta segunda-feira e decorrerá em Genebra, na Suíça. Embora as saídas deixem esta iniciativa numa posição vulnerável, a reunião vai possivelmente determinar o envolvimento dos parceiros que permanecem na Associação.
«Respeitamos seriamente a visão da Associação Libra», disse a eBay num comunicado de imprensa. «Contudo, a eBay tomou a decisão de não avançar como membro fundador», reforçou.
Já a Stripe justificou-se dizendo algo semelhante à eBay: «a Stripe apoia projetos que pretendam tornar o comércio online mais acessível para os utilizadores. (…), a Libra tem este potencial. Vamos seguir de perto o progresso do projeto e ficar abertos a trabalhar com a Associação Libra mais tarde».
Embora a Mastercard não tenha respondido ao contacto da The Verge, Dante Disparte, regulador da Associação Libra, afirmou que «estão focados em levar avante o desenvolvimento do projeto de forma a fortalecer a Associação» e «ansiosos por apresentar os membros iniciais da Associação Libra.»
De acordo com a publicação Mashable, a Open Libra pode ser uma alternativa aos problemas recentes da criptomoeda da rede social. Apresenta-se como uma «plataforma aberta de inclusão financeira» que «não é gerida pela Facebook» e que pretende ser compatível com a Libra. Por exemplo, vai facilitar o lançamento de aplicações na plataforma Libra – enquanto a Libra vai funcionar numa lógica de blockchain fechada, a Open Libra estará aberta a todos os utilizadores.
Recorde-se que a União Europeia lançou recentemente uma investigação para apurar «potenciais comportamentos anticoncorrenciais» e «possíveis restrições concorrenciais», bem como o administrador do Banco Central Europeu comparou a Libra a um cartel. Ainda, a pressão dos governos levou a Facebook a ponderar adiar o lançamento da sua criptomoeda, quando inicialmente tudo apontava para que a unidade monetária digital passasse a estar disponível a partir de junho de 2020.