A Direção Regional da Energia dos Açores já deu luz verde para que a empresa Graciólica possa injetar e comercializar energia de fontes renováveis na rede da ilha Graciosa. A permissão foi comunicada nesta terça-feira pelo governo regional e promete ser a fonte de abastecimento de mais de metade do consumo de eletricidade da ilha.
«[A ilha Graciosa] Poderá ter, a partir de agora, e de acordo com o resultado dos testes, cerca de 65% da sua eletricidade produzida a partir de fontes renováveis, em combinação com um sistema de armazenamento, naquele que é um projeto pioneiro que coloca não só esta ilha, mas todo o arquipélago, na linha da frente pela utilização de tecnologias e sistemas de ponta que permitem a valorização energética dos seus recursos naturais», comentou Andreia Carreiro, diretora regional de energia, em comunicado.
Durante a fase de testes, a Graciólica chegou mesmo a ser responsável pelo abastecimento de energia da ilha Graciosa «mais de 24 horas consecutivas». O valor de investimento do projeto está estimado em 22,5 milhões de euros, dos quais 4,5 milhões são fundos comunitários, e tem uma duração prevista de 20 anos. A energia renovável é produzida a partir de um parque eólico e um fotovoltaico.
«A partir deste momento, a Graciosa vê reforçada a sua imagem enquanto laboratório vivo privilegiado, aumentando a sua capacidade de atrair investimento externo e projetos piloto baseados em soluções emergentes que valorizem o seu património natural», acrescentou Andreia Carreiro.
Recorda-se que o pleno funcionamento do projeto Graciólica já devia ter acontecido há dois anos, mas um desentendimento entre os acionistas, como adiantou a agência Lusa em maio de 2018, acabou por atrasar o processo de implementação.