A Cloudflare cortou o suporte e proteção à plataforma 8chan, na sequência de mais um tiroteio cujo alegado autor terá publicado mensagens de teor racista no portal. Como resposta e para garantir a proteção contra ataques de negação de serviço (DDoS), os responsáveis do 8chan viraram-se para a BitMitigate e para a empresa-mãe Epik. Esta parelha fornece serviços a sites associados a conteúdos de extrema direita como o Gab ou o Daily Stormer. Depois desta medida de apoio ao 8chan, a Voxility, que por sua vez é empresa que fornece o serviço à Epik e à Bitmitigate, decidiu deixar de o fazer, retirando o alojamento ao 8chan. Também a Tucows, o registrar do nome de domínio do 8chan, cessou o suporte à plataforma e a página está, neste momento, offline.
A Cloudflare, que iniciou esta “luta” contra o 8chan, chegou a defender a proteção à plataforma, dizendo que os manifestos estavam cobertos pelo direito de liberdade de expressão e justificava a decisão de ajudar a manter os sites «maus» online pela possibilidade de alertar as autoridades antecipadamente quando fossem detetados conteúdos ou comportamentos suspeitos.
Agora, o CEO da Epik, que forneceu serviços ao 8chan depois da Cloudflare, alinha no mesmo discurso de proteção da liberdade de expressão. Rob Monster disse em comunicado que «a liberdade de discurso e de expressão são direitos fundamentais numa sociedade livre».
Mas a Epik e a BitMitigate têm de alugar capacidade de servidor a fornecedores como a Voxility que, assim que foi conhecido o suporte destas duas ao 8chan, se apressou a cortar o serviço. Maria Sirbu, executiva da Voxility, diz que a empresa quer assumir uma «postura firme» e garantir que são tomadas mais ações para «manter a Internet como um espaço seguro».
Especialistas alertam que cortar serviços e parcerias a sites como o 8chan pode forçá-los a irem para a darknet onde o acesso seria mais difícil para os utilizadores, mas poderia ajudar a plataforma a ficar melhor escondida das autoridades.
Entretanto um dos administradores do 8chan já confirmou no Twitter estar à procura de alternativas para colocar o site novamente online e permitir a continuação da plataforma.