Donald Trump inscreveu a Huawei numa lista “negra” e várias empresas dos EUA anunciaram medidas que irão dificultar a vida da fabricante chinesa. Agora, o diretor de Orçamento e Gestão da administração Trump, Russell Vought, assina uma carta ao Congresso onde se pede que a aplicação das sanções seja adiada para que «se assegure a efetiva implementação da proibição, sem comprometer os desejados objetivos de segurança». Por outro lado, Steve Mnuchin, secretário do Tesouro, admitiu na cimeira do G20 que as restrições contra a Huawei poderão ser aliviadas caso haja progresso na guerra económica com a China.
O orçamento de 2020 do Pentágono já prevê uma proibição das agências federais e fornecedores de usarem dinheiros públicos para comprarem equipamentos Huawei. A carta de Vought explica que aplicar as restrições já vai causar uma «redução dramática» no número de fornecedores capaz de servir os EUA. Assim, o político sugere que a proibição de comprar equipamentos Huawei comece só em quatro e não dentro de dois anos. Este atraso permite que sejam considerados atempadamente os impactos e sejam encontradas soluções mais seguras.
Recorde-se que o governo de Trump acusou a gigante das telecomunicações chinesa de espionagem e de roubar segredos e propriedade intelectual a favor do governo chinês, alegações que a Huawei sempre refutou.
Steve Mnuchin está a representar os EUA na cimeira do G20, em Fukuoka no Japão, e admite ter um tratado de comércio pronto a ser assinado, mas que está autorizado a manter as taxas comerciais se necessário: «se a China quiser avançar com um acordo, estamos prontos a fazê-lo nos nossos termos. Se a China não quiser avançar, o Presidente Trump irá avançar com as taxas para reequilibrar a relação», cita a Reuters.
Tudo indica que o futuro da Huawei e da relação com os mercados e agentes americanos está dependente do desenrolar das negociações durante a cimeira do G20.