Durante o ano de 2017, as autoridades nacionais detetaram mais de 40 mil infrações relacionadas com o uso do telemóvel ao volante. O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) não revela qual a evolução percentual deste tipo de infração entre 2016 e 2017, mas permite confirmar que o uso do telemóvel ao volante já superou as infrações relacionadas com o cinto de segurança e os sistemas de retenção.
As infrações por excesso de velocidade, com mais de 252 mil casos reportados, e a condução sob influência de álcool, com mais de 44 mil casos, lideram o ranking de infrações rodoviárias contabilizadas pelo RASI.
O crescendo do número de infrações relacionadas com o uso de telemóveis ao volante já havia merecido uma tomada de posição do governo num passado recente: José Artur Neves, secretário de Estado da Proteção Civil, chegou a confirmar que o assunto estava a ser estudado com as operadoras de telecomunicações. O desenvolvimento de aplicações que diminuem ou inibem o sinal emitido pelas redes móveis junto das estradas era uma hipótese em análise. Com esta inibição do sinal, as chamadas telefónicas para utilizadores que se encontram ao volante passariam a desencadear respostas automáticas que informam da impossibilidade de atender o telefonema.
Por ocasião da apresentação de um estudo do Automóvel Clube de Portugal, José Artur Neves recordou que o telemóvel é hoje uma das principais causas de acidentes rodoviários. O governante também frisou, nessa ocasião, que os denominados “kits mãos livres” não chegam para resolver as distrações causadas pelos telemóveis.