A revolução robótica que está em curso tem levantado questões sobre o perigo das máquinas roubarem os empregos dos humanos. Bill Gates veio agora contribuir para o debate público ao defender que os robôs devem ser taxados. «Atualmente, se um trabalhador humano realizar um trabalho no valor de 50 mil dólares numa fábrica, esse rendimento é taxado. Se um robô vier fazer a mesma coisa, é de pensar que deveríamos taxar o robô a um nível similar», afirma o fundador da Microsoft numa entrevista à Quartz.
Para Bill Gates, devem ser os governos a liderar esta revolução em vez das empresas, de modo a que se consiga assegurar que há um plano para as pessoas que ficarão sem emprego nos próximos 20 anos. É que menos trabalhadores significa menos impostos e mais encargos sociais para o Estado. A medida proposta visa igualmente arranjar financiamento para proporcionar melhores condições para os serviços sociais e educativos, salienta a ZDNet.
Além da aplicação de taxas diretas sobre os robôs para abrandar o ritmo de adoção e ganhar tempo para criar programas que salvaguardem os interesses dos trabalhadores, Bill Gates sugere que também se possa cobrar um imposto sobre os lucros obtidos através da redução do número de funcionários.
«As pessoas deveriam estar a compreendê-lo. É muito mau se, na generalidade, as pessoas têm mais medo do que entusiasmo sobre o que a inovação vai trazer. Isso significa que não estarão preparadas para as coisas positivas que ela poderá acarretar. E, como sabem, a taxação é seguramente uma forma melhor de lidar com isso do que simplesmente banir partes», refere Bill Gates.
Recorde-se que recentemente Elon Musk também defendeu que os governos devem pensar em implementar uma espécie de salário universal em resposta à crescente vaga de automação do trabalho.