Dez associações representativas de profissionais e entidades ligadas à aviação apresentaram um manifesto com sete medidas que poderão tornar céus mais seguros e reduzir os riscos de acidentes com drones. Além da obrigatoriedade do registo de propriedade de todos os drones que estão atualmente em uso na Europa, o documento defende a proibição de operações com drones por pessoas que não tenham licenças nem formação específica.
Entre os subscritores do documento figuram a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), a Associação Europeia de Cockpits, a Associação Internacional de Transportadores Aéreos e a Federação Internacional de Associações de Controladores Aéreos.
Os vários intervenientes nos transportes europeus mostram preocupação quanto à expansão que os drones têm vindo a registar nas prateleiras das lojas e nos céus da Europa. «O uso recreativo de drones está a crescer rapidamente e o risco de incidentes e acidentes com a aviação tripulada têm de ser mitigados. Na verdade, o uso irresponsável de drones com propósitos comerciais e recreativos constitui sérios riscos de segurança que são muitas vezes subestimados. Para mitigar esses riscos, têm de ser tomadas medidas extraordinárias que possam sanar esses problemas», refere o manifesto.
Os números que têm sido coletados pelas diferentes tripulações aéreas confirmam que há cada vez mais drones que voam nas imediações dos denominados corredores aéreos e pistas de aeroportos. Em 2016, já terão sido reportados por pilotos aéreos seis casos de avistamento de drones durante o sobrevoo do espaço aéreo nacional, informa o Expresso. O caso mais “dramático” foi denunciado por um piloto da Ryanair que se deparou com um drone muito próximo de uma das asas do avião, pouco antes da aterragem no aeroporto de Faro.
Sustos como o que foi registado em Faro não serão assim tão raros nos dias que correm. E por isso o manifesto agora assinado pelas dez associações recomenda a criação de mecanismos, que funcionam como cerca virtuais que impedem que os drones entrem em espaços reservados a aviões. A inclusão das manobras de drones nas regulações da aviação civil e o reforço dos meios de policiamento também constam na lista de exigências.
O risco de acidente não parou de aumentar nos últimos tempos, mas há uma questão que permanece em aberto: quais os danos que podem ser causados por uma colisão entre um drone e um avião? O documento agora divulgado exorta autoridades e peritos a produzirem estudos científicos sobre a matéria.