Hoje, 73% dos lares portugueses têm contratos relativos a pacotes de serviços de telecomunicações. E 75% dos portugueses com idades acima dos 15 anos usam três ou mais serviços de telecomunicações – e cerca de um terço da população usa cinco serviços (telefone fixo, telemóvel, banda larga fixa e banda larga móvel e televisão por subscrição). Algumas destas estimativas constam nas páginas mais otimistas do relatório «O consumidor de comunicações eletrónicas 2015» que a Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) acaba de publicar por ocasião do Dia Mundial dos Direitos dos Consumidores. Mas há também um número menos animador: A Anacom estima que, em 2015, 28% dos portugueses com idades compreendidas entre entre os 16 e os 74 anos nunca tenham usado a internet.
O índice de infoexclusão revela uma melhoria face a 2014, ano em que a percentagem de pessoas que nunca usaram a Internet ficou estimada em 32%.
É na comparação com a média europeia que se confirma a margem de progressão que Portugal ainda tem pela frente: na UE, as estimativas revelam que 16% da população nunca usa a Internet. As discrepâncias podem ser ainda maiores nas faixas etárias mais elevadas (só 27% dos idosos portugueses usaram a Internet; na UE são 45%) ou entre pessoas com menos habilitações literárias (apenas 49% dos portugueses nestas condições dizem ter usado alguma vez a Internet; enquanto na UE são 59%), ou com menos rendimentos (com uma diferença de 20 pontos percentuais entre Portugal e UE).
Nos consumidores até aos 44 anos, a média portuguesa equipara-se à da UE com 89%. Nos grupos com escolaridade mais elevada, os portugueses conseguem mais 13 pontos percentuais que a UE no uso da Internet.
Os dados compilados pela Anacom revelam ainda que é na rede fixa que há maior índice de satisfação dos consumidores: «No final de 2015, os utilizadores do serviço telefónico fixo e do serviço de televisão por subscrição eram aqueles que registavam o maior nível de satisfação global – 8,5 pontos e 8,4 pontos em 10, respetivamente – ultrapassando os clientes do serviço móvel (8,3 pontos), que habitualmente eram os mais satisfeitos. Os clientes de serviços em pacote apresentaram um dos menores níveis de satisfação média (7,7) e revelaram a maior propensão para mudar de operador», revela um comunicado da entidade reguladora das comunicações.