O polígrafo tradicional continua a ser usado pelas autoridades nos EUA, mas não é tão popular na Europa. A comunidade de especialistas acredita que este método não é fiável o suficiente e que pode ser “enganado” por alguns utilizadores. O polígrafo mede os níveis de ansiedade do sujeito, que sobem teoricamente quando este está a mentir. No entanto, o aumento da ansiedade pela mera noção de estar a enfrentar um polígrafo pode induzir os interrogadores em erro.
Agora, investigadores britânicos e holandeses pretendem que os suspeitos sejam vestidos com uma espécie de armadura de corpo inteiro, ligada com sensores que permitam analisar todos os movimentos corporais. A premissa básica é de que os mentirosos têm uma maior necessidade de mexer o corpo ou partes do corpo. O sistema é composto por 17 sensores que registam até 120 movimentos por segundo e em 23 articulações, noticia o The Guardian. Este método permite detetar com exatidão quando um sujeito está a mentir sete em cada dez vezes. Em alguns casos, o sucesso chegou mesmo aos 80%.
Os investigadores das universidades de Cambridge, Utrecht e Lancaster testaram o método em 180 sujeitos a quem pagaram cerca de dez euros por duas sessões, com a duração de 70 minutos. Numa primeira fase, os inquiridos foram divididos em dois grupos, um dos quais jogou um jogo de computador e outro que não jogou e num segundo teste, a pergunta recaía sobre encontrar uma carteira com dinheiro lá dentro e devolvê-la.
O novo sistema de deteção de mentiras teve uma taxa de sucesso maior quando foram analisados os movimentos de todo o corpo, chegando aos 70 e 80% em alguns casos. Os cientistas acreditam que este valor pode aumentar , se for combinado com outras técnicas de interrogatório.
Nesta fase, o sistema ainda pressupõe um fato caro, de cerca de 40 mil euros e que pode ser desconfortável.