Entre o terceiro trimestre de 2013 e o terceiro trimestre de 2014, muita coisa mudou nas redes móveis portuguesas: começou a transformação da TMN em Meo, e passou, já a meio de 2014, pela fusão da Optimus com a Zon, que haveria de abrir caminho à Nos. Mas essas não foram as únicas mudanças de relevo: entre setembro de 2013 e setembro de 2014, os operadores móveis perderam 9,5% das receitas, revela um comunicado da Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom). A estimativa tem por base 1.376 milhões de euros calculados para as receitas totais das comunicações móveis em Portugal durante o terceiro trimestre de 2014.
O relatório da entidade que regula as comunicações revela ainda que, durante o terceiro trimestre de 2014, Meo, Nos e Vodafone tiveram uma receita média de 11,9 euros mensais por cada cliente – o que reflete uma quebra de 8,1% face ao período homólogo de 2013.
Tendo em conta que a mesma Anacom refere um crescimento, em termos homólogos, de 12,1% nos períodos dedicados às comunicações por voz e de 12,8% no número de utilizadores de Internet móvel, tudo leva a crer que a descida da faturação dos operadores móveis estará relacionada com uma descida de preços. A Anacom relaciona estas duas tendências com a «introdução das ofertas com tráfego de voz e dados incluídos e à eliminação da diferenciação tarifária on-net/off-net, que levaram a um aumento do tráfego off-net».
A quebra de receitas nas redes móveis será exclusiva deste segmento. Em contrapartida, na Internet distribuída pela rede fixa, os relatórios trimestrais da Anacom revelaram um aumento de 10% na faturação entre o terceiro trimestre de 2013 e o terceiro trimestre de 2014.
A Anacom informa ainda que contabilizou 4,8 milhões utilizadores de serviços de banda larga móvel durante o terceiro trimestre de 2014 (crescimento de 12,8% face ao terceiro trimestre de 2013).
No relatório da Anacom, destaque para duas tendências: 1) em média, cada chamada iniciada num telemóvel durou 160 segundos (aumento de 12 segundos); 2) por mês, cada português envia 267 SMS (uma quebra de 12,2% face ao período homólogo).