
Os números surgem em devido destaque no mais recente relatório de incidentes anual da ENISA: em 2014, 19 países da EU notificaram as autoridades locais com 90 incidentes de «vulto» em redes de telecomunicações.
Só «nove países não assinalaram qualquer incidente significativo», revela o comunicado da ENISA.
As conclusões do relatório revelam ainda que metade das interrupções registadas nas diferentes infraestruturas de telecomunicações envolvia redes móveis usadas para as comunicações de voz e dados. Em 61% dos casos, as interrupções tiveram origem em falhas dos sistemas (má configuração de software, bugs e picos de corrente elétrica são o motivos mais referidos).
A ENISA faz ainda uma menção especial aos fatores de ordem natural: «Não raro as condições climáticas especialmente rigorosas (nevões intensos, tempestades) causam cortes de eletricidade ou nas comunicações, que, por seu turno, ocasionam graves interrupções em termos de horas perdidas pelo utilizador. Os recursos mais afetados foram estações de base, computadores e centros móveis de comutação», sublinha o comunicado da ENISA. Cada falha causada por fenómenos naturais durou, em média 50 horas, a ser superada.
A ENISA não revela quais os países ou operadores em que se registaram os incidentes que levaram à quebra dos serviços de telecomunicações.
O relatório e o registo dos incidentes serão alvo de debate na Comissão Europeia, no âmbito do denominado Grupo de Especialistas do Artigo 13ºA.
«Sempre que necessário, a ENISA apoiará os Estados-membros da UE a mitigar tipos específicos de incidentes», promete a agência europeia.