No final de fevereiro, a app Uber começou a operar em Bruxelas, Bélgica. Pouco mais de um mês depois, a mesma app Uber ficou impedida de operar na capital belga, por decisão de um tribunal local que fixou em 10 mil euros a multa a aplicar a cada condutor de automóvel que aceite transportar utilizadores da Uber.
Neelie Kroes, comissária Europeia da Agenda Digital e, por consequência, habitante da cidade de Bruxelas, não conteve a indignação. E nem o governo belga escapou
às críticas, que assumiram uma contundência rara entre membros da comissão e ministros dos estados-membros: «A responsável por esta situação em Bruxelas é Brigitte Grouwels: tem o cargo de ministra da Mobilidade, mas talvez devesse ser ministra da antimobilidade. A senhora (ministra) não está a proteger empregos, mas sim gente chata (as centrais de táxis que operam na cidade)», sentenciou Neelie Kroes no seu blogue oficial.
Kroes não se pronunciou sobre uma futura e eventual medida da Comissão Europeia sobre este assunto, mas exortou os habitantes de Bruxelas a expressarem desagrado junto do governo belga. Para a comissária europeia não existem muitas dúvidas: o executivo belga é o principal responsável por esta proibição, uma vez que assumiu, por várias vezes, posições públicas contra a Uber.
A proibição de uso da Uber em Bruxelas é inédita – mas não é a primeira vez que a famosa app que permite que um internauta recorra, a custos inferiores, aos serviços de um qualquer condutor nas imediações, se depara com restrições judiciais.
No final de dezembro, o Governo francês ordenou que os condutores inscritos na Uber e na concorrente LeCab sejam obrigados a um período de espera de 15 minutos antes de transportarem qualquer passageiro que tenha solicitado o transporte. Com esta medida, o governo francês tentou a acalmar a ira das centrais de táxis, que chegaram mesmo a acossar alguns dos condutores da app Uber, descreve o El Pais.
A Uber já tentou contrariar a esta vaga de descontentamento de autoridades e taxistas europeus lembrando que contraiu um seguro que cobre os riscos dos utilizadores do Uber. A medida terá como objetivo criar uma imagem mais positiva do serviço que está disponível em 80 cidades de 34 países (ainda não chegou a Portugal), mas será que chega?