Numa conferência realizada em Lausanne, Suíça, Casper Bowden centrou em si as atenções: conhecido por ter assumido, entre 2002 e 2011, a pasta da privacidade em 40 países onde operava a Microsoft, o especialista no respeito pelos dados pessoais lembrou que a alegada colaboração com a NSA levou-o a encarar de modo diferente a gigante tecnológica onde trabalhou no passado.
«Neste momento já não confio na Microsoft», assumiu durante a cobferência realizada na cidade suíça.
Segundo o The Guardian, Caspar Bowden tomou mesmo medidas drásticas para evitar que os dados pessoais sejam desviados indiscriminadamente pelas autoridades norte-americanas. O ex-profissional da Microsoft deixou de usar telemóvel nos últimos dois anos e apenas usa computadores que correm software que permite o acesso aos códigos-fonte.
Sobre os efeitos do programa de ciberespionagem Prism, Casper Bowden admite que de ora em diante nada será igual: «Não nos podemos esquecer que qualquer personalidade pública, ou qualquer pessoa numa posição de influência no governo, na economia ou na burocracia, já começou a preocupar-se com aquilo que a NSA sabe sobre si. Como é que podemos confiar nas decisões que essas pessoas tomam e considerar que são decisões tomadas de forma objetiva, e que não houve uma mudança de decisões apenas para salvar a carreira? Trata-se de um rude golpe para qualquer sistema com base num governo representativo».