
A lei Hadopi foi replicada em vários países, mas geralmente com penas mais leves. Agora, a França, que previa a suspensão do fornecimento de acesso à Internet, vai rever as suas decisões. Fleur Pellerin, a ministra responsável pela política na Internet, explica que a suspensão do acesso vai contra os desejos do governo em fomentar a economia digital.
Um estudo encomendado pelo governo estima que uma multa de 60 euros é suficiente e que a agência Hadopi devia ser extinta e algumas das suas funções deviam passar para o Conseil Supérieur de l’Audiovisuel.
A Hadopi chegou a enviar centenas de milhares de avisos, mas só alguns chegaram mesmo à pena final de suspensão de serviço, enquanto a maior parte foi rejeitada pelos tribunais. A suspensão é uma medida que podia dissuadir os utilizadores, mas o problema é que raramente foi usada e, como tal, perdeu a sua força intimidatória. Uma multa é bem mais leve, mas mais fácil de aplicar e traria maior eficiência ao processo.
Apesar de alguns indícios de que a regra dos “três avisos” estaria a funcionar e a diminuir a pirataria, a indústria discográfica francesa mantém-se em queda, com as receitas a baixarem 6,7% no primeiro trimestre e as vendas digitais a caírem 5,2% no mesmo período. Por outro lado, o número de visitas a sites com conteúdos ilegais aumentou 7% desde janeiro de 2010 a janeiro de 2013, para os 10,7 milhões de utilizadores.
Uma lei semelhante é usada na Coreia do Sul, mas aí houve mesmo a suspensão em 400 casos e a indústria cresceu 26% de 2008 a 2012.