A Exame Informática sabe que os três operadores já estabeleceram um acordo de princípio que visa a criação de uma entidade independente, que permita gerir o desenvolvimento de serviços e sistemas de pagamentos com a tecnologia Near Field Communications (NFC) em Portugal.
Com esta iniciativa, os três operadores móveis querem garantir que não são ultrapassados por grandes gigantes tecnológicos estrangeiros, que já começaram a desenvolver serviços com base nesta tecnologia rádio que permite efetuar pagamentos, identificar pessoas ou angariar pontos de fidelização, entre muitos outros serviços que podem recorrer a comunicações de curta distância.
A Google, Mastercard e Visa são algumas das companhias que já começaram a trabalhar com a NFC. Alguns rumores têm referido que a Apple deverá incluir chips NFC num futuro terminal.
Tudo leva a crer que a NFC se vai tornar uma tecnologia banal nos telemóveis que venham a ser lançados nos próximos tempos. E é esta certeza que levou os operadores portugueses a tomar a iniciativa: até porque nada impede que, depois de lançados os primeiros telemóveis compatíveis em Portugal, restaurantes, hotéis, gasolineiras, bancos, associações de profissionais, clubes ou empresas em geral, usem esta tecnologia para criar serviços próprios, pulverizando a tecnologia com marcas e pondo em risco não só a participação dos operadores móveis, como também a criação de um sistema único para todo o país.
Boa parte do sucesso e da dimensão deste futuro ecossistema depende agora da resposta que a SIBS vai dar à proposta apresentada pelos três operadores.
Com a inclusão da SIBS, a nova entidade passaria a garantir, de uma assentada, a participação de quase todo o setor financeiro que opera em Portugal, podendo dar aos telemóveis que operam em NFC funcionalidades que hoje já constam no Multibanco.
Sem o apoio da SIBS, a futura entidade teria de negociar "banco a banco" com o objetivo de descobrir interessados em promover novas formas de pagamento nos telemóveis. No caso de não conseguir o apoio de nenhum banco, o novo ecossistema poderia ficar limitado a atividades não financeiras, como o controlo de entradas e saídas de um recinto, ou promoções num espaço comercial.
Ao que a Exame Informática apurou, a futura entidade deverá gerir uma plataforma que garante, no interior do telemóvel, uma ligação segura entre o chip NFC e o SIM Card, que é usado para estabelecer conexões com as redes móveis. Deste modo, as operações executadas por NFC poderiam ativar apps pré-instaladas no telemóvel e, algures na Web, validarem identidades, montantes, operações, ou outras funcionalidades que venham a ser adicionadas.
Os mentores do projeto têm como principal referência o projeto Cityzi que está a decorrer em França, com o apoio dos bancos e dos operadores móveis. A criação da nova plataforma deverá ainda seguir os standards definidos para esta área pela GSM Association e ainda a Global Platform.
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