Um relatório do banco Credit Suisse revela que o crescendo do valor do yuan (moeda chinesa) vai ter um impacto significativo nos preços de venda de computadores, smartphones e gadgets afins durante os próximos tempos.
O relatório lembra que o banco central chinês flexibilizou, recentemente, as taxas de câmbio da moeda chinesa face a outras moedas. O que teve como resultado uma valorização do yuan face à outras divisas – em especial o dólar.
Os cálculos do banco suíço têm em conta dois fatores: 1) a maioria dos componentes hoje usados nos produtos tecnológicos é produzida ou montada em fábricas chinesas; 2) boa parte das marcas mais apetecidas das tecnologias está sedeada nos EUA.
Face a este cenário, eis o resultado: os contratos são quase todos definidos em dólares, mas a mão-de-obra, os componentes e as matérias-primas que entram nas fábricas chinesas são pagas em yuans.
Se à valorização da moeda chinesa se juntar a quase crónica escassez de componentes ( tablets, netbooks e smartphones são sucessos no que toca à procura), conclui-se que as marcas tecnológicas dificilmente poderão resistir a uma subida de preços, caso pretendam manter as margens de lucro intactas.
De acordo com a IDG News Service, a futura evolução dos preços está nas mãos das fábricas chinesas: haverá algumas que dispostas a proceder a cortes nas despesas a fim de manter um posicionamento competitivo, mas haverá outras – em especial, as que produzem componentes que têm escasseado – que nem querem ouvir falar de uma revisão de custos de fabrico ou componentes.
A Acer foi a primeira marca a anunciar uma subida de preços. Em entrevista ao Finantial Times, o presidente da companhia J.T. Wang confirmou que se tratava da primeira subida de preços em cinco anos, mas reiterou que procura pelos produtos da Nº2 da informática mundial não registou qualquer quebra – até porque a Acer separou-se há anos da marca "irmã".
De acordo com o relatório do banco Credit Suisse, o yuan deverá valorizar 4% face ao dólar nos próximos 12 meses (atualmente, um dólar vale 6,78841 yuans).
Ainda não existem estudos a médio e longo prazos, mas não será preciso ser um especialista para prever uma tendência de subida de custos com efeitos inflacionários sobre os preços de venda dos produtos no resto do globo – ou não dependesse grande parte da indústria tecnológica das fábricas chinesas e da previsível evolução das condições laborais dos operários chineses.
Está preparado para pagar mais pelos seus gadgets? Dê-nos a conhecer as suas contas.
***Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico***