A Clawar 2008 é uma conferência internacional dedicada à análise de sistemas de locomoção de robô e afins. A organização da 11ª edição da conferência esteve a cargo da FCTUC, que serviu de palco para a apresentação de algumas das principais novidades na área da robótica. Ao contrário do previsto inicialmente, apenas os criadores dos autómatos estiveram presentes no evento, tendo ficado os robôs nos laboratórios de cada país. Ainda assim, foi possível conhecer algumas das principais tendências nos sistemas de locomoção de autómatos: «Um dos principais desafios é o desenvolvimento de um robô que consiga movimentar-se em qualquer piso. Já há soluções parcelares, mas ainda não se conhece uma solução universal, porque ainda não se encontrou um sistema que funcione em todos os ambientes e que consiga ultrapassar as limitações de autonomia energética», comenta Aníbal Traça de Almeida, director do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) de Coimbra e presidente da Clawar 2008. Entre as novidades mais promissoras apresentadas no evento, o docente da Universidade de Coimbra destacou os robôs reparadores, que já têm capacidade de detectar danos e saná-los; os robôs que inspeccionam torres eólicas; e os robôs que limpam e soldam cascos de navios. A robótica é uma área “em crescendo”, e Aníbal Traça de Almeida acredita que, nos próximos tempos, os autómatos vão ter uma presença transversal a vários sectores. «Ainda vamos poder ver um criado robótico em acção. Já há aspiradores robóticos que são um sucesso comercial. Um criado robótico também será – especialmente se conseguir executar tarefas domésticas repetitivas, como pôr ou tirar roupa na máquina, abrir e fechar portas e janelas ou ir buscar bebidas ao frigorífico». Aníbal Traça de Almeida lembra que a população dos países desenvolvidos está a envelhecer e pode padecer de doenças que limitam movimentos ou orientação. Pelo que, desde que tenha um preço acessível, um robô pode ser o companheiro adequado para readquirir autonomia com qualidade de vida. «O problema não será a inteligência do robô, porque aí já estamos mais avançados, mas sim, a vertente mecânica. O robô vai ter de ser equipado com dezenas de motores, com grandes consumos de energia», conclui o director do ISR de Coimbra. Hugo Séneca
Coimbra invadida por “pais” de robôs
Mais de 160 investigadores de 33 países reuniram-se, entre segunda e hoje, na Faculdade de Ciência e Tecnologias da Universidade de Coimbra (FCTUC) para participar na Clawar 2008.
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