A Sony Portugal apresentou oficialmente em Portugal esta quinta-feira o Marvel’s Spider-Man. O jogo, que tem data de lançamento confirmada para 7 de setembro, será um exclusivo PlayStation 4 e João Lopes, PR Manager da Sony, refere que este «é mais um grande momento do ano» para a marca. É que, depois do sucesso de God of War, «é um privilégio» poder contar a história de um super-herói icónico, acrescenta.
E o enredo é mesmo uma das principais novidades deste título, já que não é baseada em nenhuma das que já foram criadas para a banda desenhada. A Insomniac teve liberdade para criar de raiz o argumento e optou por colocar no centro da ação um Peter Parker de 23 anos que já terminou a licenciatura e que tem um trabalho de cientista. É nesta espécie de duas profissões – cientista durante o dia e Spider-Man à noite – que irá residir o conflito emocional do jogo, pois Peter Parker começa a ponderar se o seu trabalho científico não poderá potencialmente contribuir para salvar mais vidas do que a sua atividade como super-herói. Aliás, o utilizador terá de jogar tanto com a personagem Spider-Man como com a de Peter Parker. Mas não é só. Por exemplo, Mary Jane também é uma personagem jogável.
Há oito distritos de Nova Iorque para explorar no jogo e tanto há locais históricos como easter eggs, como a torre dos Vingadores. Durante as missões pode aparecer no radar a indicação de missões paralelas – afinal, um super-herói tem sempre muito crime para combater – e todas as atividades disponíveis poderão ser visualizados no mapa. O desenrolar da ação permite ganhar uma espécie de pontos que servem para, posteriormente, trocar por itens que permitem evoluir a personagem. Um exemplo são os diferentes fatos de Spider-Man, cada um deles com superpoderes específicos.
O evento de apresentação serviu também para jogarmos um pouco e retirar umas breves conclusões. Graficamente, a nova obra da Insomniac impressiona e o gameplay também nos cativou, principalmente em dois aspetos: a fluidez com que o Spider-Man baloiça com as teias enquanto se desloca pela cidade e que pode ser alternada com escaladas de prédios, saltos, impulsos para deslocações rápidas na horizontal, etc.; e a liberdade de ação durante as lutas, pois é possível disparar teias, socar, pontapear, esquivar, saltar, usar utensílios…
Jon Paquette, Lead Writer (argumentista, em tradução livre) da Insomniac para este Marvel’s Spider-Man, em entrevista à Exame Informática, também destaca essas características: «Improvisação é a palavra-chave, porque o jogador tem toda uma série de coisas que pode fazer e pode ir-se inventando à medida que se vai jogando».
Da parte da Marvel, o estúdio de jogos recebeu uma enorme dose de liberdade criativa. «Eles disseram que queriam que a Insomniac fizesse um grande jogo e para isso teríamos de ter um bastante controlo sobre as ideias», refere Jon Paquette. Para o argumentista, que na infância era subscritor das revistas do Spider-Man, estas palavras foram ouro: «No início do projeto, tentámos ler tudo, ver tudo, jogar tudo com este super-herói e depois começámos a pensar em que tipo de experiência queremos criar. O processo foi muito divertido. Basicamente, a Marvel permitiu-nos pegar em personagens do universo deles e depois deixou-nos dar-lhes o nosso cunho».
O estúdio já anunciou que irá lançar posteriormente o DLC The City That Never Sleeps, que colocará à disposição dos gamers novas personagens e missões. Para Jon Paquette, este é o seu trabalho de sonho: «Como argumentista, desafia-nos de diferentes formas e temos de prestar homenagem a uma personagem que já foi trabalhada por excelentes argumentistas ao longo dos tempos. Também temos de fazer as pessoas rir, chorar, tornar as personagens credíveis e também novas ou “refrescantes”… É um desafio enorme e também o ponto alto da minha carreira até agora».
E, afinal, que enredos de jogos mais cativaram este gamer que é Lead Writer num dos mais conceituados estúdios da atualidade? Jon Paquette cita What Remains of Edith Finch, Inside, BioShock e Half-Life 2 como os exemplos que lhe vêm imediatamente à cabeça. Enquanto puro gamer, o norte-americano revela que acabou agora God of War e que tem à sua espera Assassin’s Creed Origins e Far Cry 5.