A Google tinha prometido e agora a Google está a cumprir. O Bard, o sistema de Inteligência Artificial (IA) que é a resposta da tecnológica ao popular ChatGPT, foi lançado nesta quinta-feira em Portugal (acessível aqui) e também já é capaz de escrever em português. O anúncio faz parte de uma expansão mais alargada do sistema de IA, que passa a estar disponível na Europa e é agora capaz de escrever em 40 idiomas.
O Bard faz parte dos chamados sistemas avançados de IA conversacional, que são capazes de escrever texto com uma qualidade próxima à de um humano. A ferramenta tem na sua base um grande modelo linguístico (LLM na sigla em inglês) denominado de PaLM 2, que usa uma nova arquitetura para funcionar – os chamados “caminhos” (pathways no original em inglês).
Esta arquitetura permite que um único modelo de IA possa ser treinado em “milhões” de temas diferentes, segundo a Google, tem capacidades multimodais, no sentido em que percebe texto, imagens e sons em vários idiomas, e tem um grande foco na eficiência, usando apenas os componentes necessários para concretizar uma tarefa específica, em vez de usar todo o modelo para concretizar essa tarefa. De certa forma, é um modelo que aprende de forma mais semelhante ao cérebro humano.
E algumas das características do PaLM 2 estão também a ser agora integradas no Bard. Segundo o comunicado da Google, os utilizadores podem pedir ao sistema de IA que converta as respostas em áudio (para isso basta carregar no símbolo da coluna que surge no canto superior direito da resposta), uma funcionalidade que está disponível nos 40 idiomas nos quais o Bard funciona.
Google Bard em evolução
É ainda possível usar imagens para interagir com o Bard (por agora só disponível na versão em inglês do assistente digital) e definir diferentes ‘personalidades’ (simples, longo, curto, profissional ou casual) que permitem ao Bard gerar respostas orientadas segundo o perfil definido (por agora também apenas disponível em inglês).
A Google continua a sublinhar que “o Bard poderá ocasionalmente fazer declarações imprecisas em resposta a comandos do utilizador”, diz a tecnológica em comunicado, e que “os revisores humanos podem processar as conversas com o Bard para fins de qualidade”, lê-se no site da ferramenta de IA, pelo que não é aconselhado que o utilizador “introduza informações confidenciais” nas conversas que mantém com o sistema.
A Google está ainda a lançar outras funcionalidades que tornam a utilização do Bard mais completa, como a possibilidade de marcar e alterar o nome das conversas que tem com o sistema de IA (para que seja mais fácil encontrar respostas que considerou como importantes ou relevantes), permite exportar o código escrito pelo sistema para mais aplicações e é também possível partilhar as respostas de forma mais simples com outras pessoas (usando o botão chamado Partilhar e Explorar).
O Bard, anunciado em fevereiro, surge como uma resposta da Google à popularidade do ChatGPT, um sistema avançado de IA criado pela startup OpenAI e que é a ferramenta de referência no segmento da IA generativa. Além do Bard e do ChatGPT, nos últimos meses foram lançados outros sistemas de IA generativos (capazes de criar texto com uma qualidade próxima à de um humano) como o ChatSonic, o Claude e o Albertina, o primeiro modelo de IA criado de raiz a pensar na língua portuguesa.