O Chess.com é considerada como a plataforma de referência para quem quer jogar xadrez online contra outros jogadores. Nos últimos tempos, no entanto, o serviço tem vindo a degradar-se, com quebras e interrupções, muitas das vezes com perda dos progressos das partidas e sem qualquer aviso prévio. Os responsáveis publicaram agora uma explicação oficial a reconhecer os problemas e a pedir desculpa.
“Os nossos servidores estão com dificuldades. (…) Sabemos que é super frustrante. (…) Infelizmente não há ainda um botão simples que possamos pressionar para resolver [o problema]”, assume o comunicado citado pela PC Gamer. O tráfego praticamente duplicou desde dezembro e, no dia 20 de janeiro, registaram-se dez milhões de utilizadores em simultâneo. Quase todos os dias deste mês foram batidos recordes de partidas e só no dia 20 foram jogadas mais de 31 milhões de partidas. “Estamos a assistir regularmente a mais de um milhão de jogos por hora”, afirmam os responsáveis.
O que explica este grande interesse pelo xadrez? Se em 2020 e 2021 muita da popularidade acrescida do xadrez se deveu à série televisiva Gambito de Dama (que retrata a ascensão de uma jogadora prodígio no mundo do xadrez), o site Chess.com aponta outras razões para este fenómeno recente: uma das publicações mais populares de 2022 nas redes sociais mostrava os jogadores de futebol Leonel Messi e Cristiano Ronal a jogar uma partida de xadrez; há cada vez mais celebridades a assumirem o gosto pelo xadrez; a história ‘explosiva’ na qual o campeão mundial Magnus Carlsen acusou um dos seus principais oponentes de fazer batota; a popularidade do xadrez em plataformas de transmissão de conteúdos como a Twitch; e o cada vez maior número de competições de xadrez transmitidas na internet.
Os responsáveis da plataforma assumem que foi feito um reforço da infraestrutura aquando da série da Netflix, mas agora há vários problemas de escalabilidade da solução, com mais de 250 mil contas a serem criadas todos os dias e a tirarem partido das várias funcionalidades do Chess.com. Esta semana são esperados mais servidores de bases de dados que podem ajudar a mitigar alguns dos problemas, mas há que ainda trabalhar na parte da migração de dados e que pode demorar entre duas a três semanas.