Alguns criadores de conteúdos (streamers) da Twitch, o maior serviço de streaming de vídeo ao vivo, não vão fazer transmissões nesta quarta-feira, 1 de setembro, como forma de protesto. Criadores como RekitRaven , ShineyPen e Lucia Everblack estão a liderar o protesto e criaram a hashtag #TwitchDoBetter, que visa alertar para o assédio e “ataques de ódio” que alguns criadores têm sofrido na plataforma. Também é objetivo protestar contra a falta de resposta por parte do Twitch para resolver as situações de mensagens sexistas, racistas e outras formas de assédio que fazem com que os criadores tenham, muitas das vezes, de interromper as suas transmissões.
“Estou cansado disso”, afirmou o streamer RekItRaven (que se recusou a revelar o nome completo) ao Washington Post, em meados de agosto, na fase em que o movimento começou a ganhar seguidores e mediatismo. “Estou cansado de sentir que não posso existir com base em circunstâncias que estão fora do meu controlo, e sei que outras pessoas também estão.”
Este abuso é, frequentemente, gerado por bots que, após a plataforma ter expandido a sua lista para incluir mais classificações por “género, orientação sexual, raça, nacionalidade, habilidade, saúde mental e outras”, levou a que fosse mais fácil para os utilizadores mal intencionados insultarem os criadores.
Os criadores estão também a protestar contra o sistema de receitas da plataforma. “Estamos todos muito cientes de que muitos criadores estão a receber acordos de 70/30, mas não há critérios, conversa, nem metas, nada”, afirmou ainda uma outra streamer.
A plataforma prometeu agir e informou que irá adotar novas medidas de segurança. “Apoiamos os direitos de nossos streamers de se expressarem e chamarem atenção para questões importantes no nosso serviço. Ninguém deve sofrer ataques de ódio e maliciosos por ser quem é ou o que representa, e estamos a trabalhar para melhorar a deteção de invasão e fazer melhorias adicionais para ajudar a tornar a Twitch um lugar mais seguro para os criadores “, disse a empresa ao The Verge .
De recordar que esta não é a primeira vez que os criadores de conteúdos na Twitch entram em ‘blackout’: em junho de 2020, já tinha sido organizado um protesto para denunciar casos de assédio sexual e racismo. Uma realidade que também afeta streamers portugueses, sobretudo mulheres, como também já revelou a Exame Informática.