A Google Doodle está esta terça-feira a clebrar o trigésimo aniversário da criação da World Wide Web (WWW). Tudo começou quando em 1989 Tim Berners-Lee, na época trabalhador do CERN, na Suíça, propôs ao seu chefe a criação de um sistema que facilitasse a circulação de informação sobre os projetos nos laboratórios. Da Suíça para o mundo, ficaram, assim, criados os alicerces da rede com a qual mais de metade da população mundial está familiarizada e à qual dá uso numa base diária.
Caso aceda ao motor de busca da Google durante o dia de hoje, vai encontrar um Doodle animado que consiste num computador ligado à rede, a receber informação pixelizada. Uma reminiscência, em tom de brincadeira, para aqueles que se lembram da velocidade (lenta) a que os ficheiros podiam ser descarregados para os computadores – uma realidade que se alterou com a introdução da banda larga, anos mais tarde.
Embora a ideia de Berners-Lee tenha sido revolucionária, a noção de uma rede comercial foi popularizada em meados dos anos 90 do século XX, quando Jim Clark e Marc Andreessen introduziram o browser chamado Netscape, criado pela Mosaic Communications Corporation e conhecido como o primeiro browser online.
Na sua carta anual de celebração do aniversário da WWW, Berners-Lee deixa uma mensagem de otimismo para aquilo que a Internet pode vir a tornar-se nos próximos 30 anos. «Dada a quantidade de mudanças que a Internet sofreu nos últimos 30 anos, seria derrotista e pouco imaginativo assumir que a rede, tal como a conhecemos, não mude nos próximos 30 anos», reforçando a ideia que «se desistirmos de melhorar a net agora, ela não nos irá desiludir. Pelo contrário, nós é que vamos desiludi-la».
![30th-anniversary-of-the-world-wide-web-4871946884874240-2xa.gif](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/12/1403155630th-anniversary-of-the-world-wide-web-4871946884874240-2xa.gif)
Por outro lado, Tim Berners-Lee guardou ainda espaço para apontar aqueles que, para si, representam os três maiores problemas online na ordem do dia: o uso perverso da Internet (hacking, comportamentos criminosos e assédio); falhas de sistema que permitem que as pessoas tirem proveito para ganhar dinheiro através de clickbait e disseminação de desinformação; consequências negativas resultantes de um design benevolente que leve a discurso polarizado e disruptivo online.
Por último, na sua carta, o criador da WWW afirma que vê uma oportunidade para que cidadãos, companhias e governos caminhem de mãos dadas no sentido de gerir melhor a web, tal como já tinha afirmado previamente com o lançamento do “Contrato para a Web”, na Web Summit 2018, que ocorreu em Lisboa durante novembro passado.
«O Contrato para a Web não deve ser uma lista de soluções rápidas, mas um processo que sinalize uma mudança na forma como entendemos o nosso relacionamento com a comunidade online. O contrato deve ser suficientemente claro para ser visto como uma estrela-guia, mas flexível o suficiente para se adaptar ao ritmo acelerado de mudança tecnológica. É a nossa jornada da “adolescência digital” para um futuro mais maduro, responsável e inclusivo», concluiu na carta.