Kim Schmitz ganhou a alcunha de Dotcom depois rechear o currículo com repositórios de livre partilha de conteúdos e acusações de apoio e promoção de conteúdos piratas. Foi essa atividade que o levou à prisão e a um diferendo judicial para evitar a extradição para os EUA (Schmitz é de origem alemã, mas vive na Nova Zelândia), mas não será a fama de pirata que o impedirá de lançar uma plataforma de micropagamentos, que dá a qualquer autor ou produtor a capacidade de cobrar pelos conteúdos que disponibilizam na Internet. Bitcache é o nome do futuro serviço que, pasmem-se os seguidores do empresário que criou o Megaupload, tem por objetivo reduzir os índices de pirataria.
De acordo com a BBC, o Bitcache pretende combinar a versatilidade típica das cópias digitais com ferramentas de encriptação e o anonimato de moedas como a Bitcoin. O que permite associar a cada ficheiro disponibilizado num repositório eletrónico um mecanismo que apenas permite abrir o vídeo, a imagem, o texto ou a música em questão depois de o internauta fazer o respetivo pagamento.
O novo serviço está desenhado para poder ser usado tanto por autores a título individual, como empresas dedicadas à produção de conteúdos. Além de extensões para os browsers, o Bitcache deverá ser disponibilizado como app. As transações deverão ser efetuadas através de um pequeno botão que também serve para dar acesso aos diferentes conteúdos. A ferramenta apenas funciona com preços acima de um dólar (cerca de 84 cêntimos).
Na Internet, o serviço já foi alvo de uma demonstração restringida a 10 mil dos 185 mil utilizadores que tentaram conhecer melhor o Bitcache. Através da recolha de fundos, Kim Dotcom já terá recolhido mais de um milhão de dólares para avançar com o desenvolvimento da nova ferramenta de micropagamentos. O lançamento está agendado para meados de 2018.
«Haverá sempre pessoas que vão piratear conteúdos – não é possível parar isso, mas uma pessoa podemos tentar chegar a todas as pessoas que têm dinheiro para pagar pelos conteúdos, só não temos forma de o fazer. São cerca de 10 mil milhões de dólares (mais 840 milhões de euros) que têm estado à margem (do negócio dos conteúdos)», refere Kim Schmitz, citado pela BBC.