Um 52º lugar não costuma dar direito a título de jornal – mas no caso da equipa STT, composta por alunos dos departamentos de Engenharia Informática e Eletrotecnia e Matemática, a classificação obtida na Capture The Flag Hack.lu é motivo de animação: «Foi a primeira vez que participámos; para além do que se aprende nas cadeiras de segurança de informação, pouco ou nada mais sabíamos sobre estas competições», refere Pedro Adão, professor do Departamento de Engenharia Informática do Instituto Superior Técnico e mentor da criação da STT e da participação no concurso de segurança da Hack.lu (endereço da classificação final: https://wildwildweb.fluxfingers.net/scoreboard).
A prova era composta por 30 desafios relacionados com criptografia, programação, reverse engineering, ou Web. Na maratona de 48 horas, que terminou às 9h00 de hoje, a equipa de 30 estudantes do Técnico conseguiu resolver 10 dos 30 exercícios que foram apresentados através da Internet. Pedro Adão confessa que não esperava tanto: «Ao início, julgava que apenas iríamos conseguir responder a dois exercícios».
O Capture The Flag organizado pelo Hack.lu contou com a participação de 584 equipas de estudantes e aficionados da segurança eletrónica de vários continentes. Pedro Adão não hesita em apontar a prova como uma das 10 mais importantes do género, remetendo qualquer dúvida para um site que permite apurar os diferentes graus de importância das diferentes provas de segurança (endereço: https://ctftime.org/ctfs).
Concluída a primeira participação num concurso que obrigou vários alunos a trabalharem pela noite fora consoante a disponibilidade de cada um, Pedro Adão aponta os dois próximos objetivos: 1) criar uma equipa que representa o Técnico em provas de segurança eletrónica; 2) conseguir um convite para participar na DefCon, provavelmente, a mais importante e famosa prova de segurança eletrónica do mundo.
No caso do primeiro objetivo, o pedido de autorização seguirá, em breve, para a direção do Técnico; no que toca ao segundo objetivo, tudo depende da evolução e da capacidade técnica da STT. Pedro Adão recorda que, apesar de se tratar de uma atividade extra-letiva, que «não conta para a nota», os alunos aceitaram agendar “treinos” de duas em duas semanas.
Pedro Adão fixa como meta a participação em, pelo menos, duas provas de segurança eletrónica por semestre. Só com esta participação continuada, a equipa de candidatos a especialistas de segurança poderá ganhar experiência e, eventualmente, garantir a tão almejada entrada na DefCon.
Antes dessa hipotética participação, a STT vai mostrar o que vale num concurso organizado pela Universidade da Califórnia de Santa Bárbara, que se realiza no final do ano. «Nessa competição, temos como objetivo conseguir resolver metade dos desafios», conclui Pedro Adão.