A polémica está instalada – e promete não desaparecer nos próximos tempos: um grupo de deputados de vários partidos está a apoiar uma iniciativa da deputada consevadora Claire Perry que tem por objetivo impedir que os súbditos de “Sua Majestade” acedam a contéudos pornográficos na Internet. A iniciativa pretende proteger as crianças dos conteúdos pornográficos que circulam na Net.
A campanha política acaba de ganhar um importante aliado: o improvável Daily Mail, um tabloide onde socialites de tronco nu são por bastas vezes protagonistas de primeira página, acaba de se juntar à cruzada antiporno com a publicação de um editorial com o título «A luta pela decência começa aqui».
Retomando os argumentos que Claire Perry tem vindo a propalar, o diário inglês lembra que a aplicação de filtros pelos ISP só não se torna obrigatória por falta de vontade política dos deputados e governantes britânicos.
Hoje, os ISP britânicos já têm a funcionar um sistema que apenas exige que o internauta, com um único clique, dê a autorização para que os conteúdos considerados pornográficos passem a ser filtrados durante as navegações na Net. Claire Perry não tem dúvidas: este tipo de filtros, que hoje é opcional, deveria tornar-se obrigatório para todos os ISP. «Ou então os filtros de segurança deverão ser instalados em cada dispositivo (de acesso à Net)», defende a deputada britânica num artigo publicado no Daily Mail.
A Google, que foi visada por esta iniciativa por facilitar a miúdos e graúdos o acesso a conteúdos pornográficos, já deu o seu contributo para o debate que divide defensores dos direitos das crianças e apoiantes da liberdade de expressão: «A verdade é que há pais que são cúmplices dos filhos que usam redes sociais mesmo sem terem idade para isso. É uma questão de educação, e não de iniciativas legislativas», defende Naomi Gummer, responsável pela Política Pública da Google, em declarações reproduzidas pela PC Pro.