
Um bug. Uma simples falha numa aplicação de computador. Não confundir com bom comportamento, que também o há – mas não foi esse o caso que levou à libertação de mais de 3.200 presidiários do Estado de Washington EUA. Ou melhor, oficialmente, todas estas pessoas saíram da prisão por bom comportamento, mas sabe-se hoje que, na verdade, essas pessoas apenas saíram da prisão devido a uma falha num programa informático que gere as penas dos presidiários.
A falha produziu efeito durante mais de 13 anos – até ser descoberta em 2012 pela família de uma vítima, quando soube que um dos criminosos havia sido libertado antes do tempo, refere a BBC. A deteção do bug não impediu que o software continuasse a ser usado. Só quando os serviços prisionais contrataram um novo diretor de tecnologias é que o problema acabou por ser sanado.
Em média cada prisioneiro libertado pelo “bug do bom comportamento” cumpriu menos 49 dias de pena de prisão. Num dos casos, a libertação ocorreu mais de 600 dias antes da prevista – ou seja, quase menos dois anos de pena.
Para as autoridades não é propriamente uma situação edificante – até porque a polícia já teve de procurar o paradeiro dos presidiários libertados antes do tempo para que cumprissem o que lhes faltava das respetivas penas. Cinco desses presidiários já regressaram às celas.
Atualmente, nenhum presidiário é libertado das prisões do Estado de Washington sem que um humano confirme que é a data correta. A 7 de janeiro entra em funções uma nova aplicação. Tudo leva a crer que o cálculo das libertações por bom comportamento já esteja corrigido.