Já está a funcionar o Perlmutter, um supercomputador pensado especificamente para tarefas relacionadas com algoritmos de Inteligência Artificial (IA). Capaz de realizar quatro quadriliões de operações de ponto flutuante por segundo (FLoPS), torna-se assim no supercomputador dedicado à IA mais poderoso da atualidade. O projeto foi executado, em conjunto, pelas tecnológicas HP e Nvidia, e instalado no Centro de Computação Científica de Pesquisa Energética dos EUA (NERSC), situado na Califórnia.
Equipado com 6.159 unidades gráficas de núcleos tensor A100 da Nvidia, o Perlmutter está pensado para ‘brilhar’ na resolução de tarefas matemáticas. Após a inauguração desta semana, o supercomputador vai ficar à disposição de sete mil investigadores de todo o mundo, com primazia para os que trabalham em astrofísica, alterações climáticas e ciência dos materiais.
Um dos primeiros projetos nos quais o Perlmutter vai ser usado será na criação do maior mapa tridimensional do Universo. Os quatro exaflops de capacidade vão ser usados para o processamento de dados do Instrumento Espectroscópico de Energia Escura (DESI no acrónimo em inglês), que é capaz de registar informação de mais de cinco mil galáxias. Com este novo sistema, uma tarefa que poderia durar semanas ou até meses noutros supercomputadores, poderá ser executada em dias, graças à otimização pensada para tarefas de IA.
Mas já há outras tarefas à espera do Perlmutter: investigações relacionadas com interações atómicas também estão na calha, com o objetivo de criar melhores baterias e biocombustíveis. “No passado era impossível fazer simulações completas de atomística de sistemas grandes como interfaces de baterias, mas agora os cientistas planeiam usar o Perlmutter para fazer isso mesmo”, disse Brandon Cook, especialista em performance computacional no NERSC, em comunicado.
“A capacidade do Perlmutter de fundir Inteligência Artificial com computação de alta performance vai levar a descobertas num alargado número de áreas, desde a ciência dos materiais e física quântica, até às projeções climáticas, investigação biológica e muito mais”, comentou por seu lado Jensen Huang, diretor executivo da Nvidia.
De recordar que, recentemente, a Universidade de Évora investiu num sistema computacional que também tira partido das GPU A100 da Nvidia, as mesmas usadas no supercomputador Perlmutter.