Apesar de ter originado muitos artigos em todo o mundo, o Mate X, o primeiro smartphone dobrável da Huawei, só foi comercializado na China. Mas o sucessor, o Mate Xs, vai chegar à Europa, incluindo Portugal, já em março. O preço não é para todos: €2499. Ou seja, mais caro do que os concorrentes dobráveis da Samsung (Fold e o novo Z Flip).
Um preço que pode ser justificado pelas características técnicas. O Xs está mais fino e leve que a versão anterior e pareceu-nos mais bem construído. O mecanismo de fechar/abrir o ecrã aparenta ser mais sólido e a marca da dobra é menos visível. Pelo menos a acreditar nos aparelhos que estavam disponíveis na apresentação à imprensa portuguesa – fica prometida a análise completa e detalhada para logo que possível.
Há, também, melhorias nos componentes. O Mate XS inclui um processador Kirin 990, que até pode integrar componente 5G. Tecnologia da Huawei, que garante ter o melhor processador 5G do mercado, tanto em termos de velocidade como de eficiência energética. No que à capacidade de processamento diz respeito, a Huawei refere um aumento de desempenho na ordem dos 23% na componente CPU relativamente ao Kirin 980 e ainda mais na componente gráfica (GPU).
Na traseira, que também pode ser a frente – vantagem dos ecrãs dobráveis – estão quatro câmaras, uma para medir a profundidade e outras três para captura de imagem: zoom (8 MP, equivalente a 80 mm, 2.4, estabilizador ótico), ultra grande angular (16 MP, 17 mm, F2.2) e grande angular (40 MP, F1.8). Câmaras que conseguem atingir tanto um zoom de 45x (híbrido) como uma macro a uma distância de apenas 2,5 cm. A sensibilidade ISO é recordista: até 204800. Um valor que promete transformar noite em dia.
Primeiro contacto em direto com o Huawei Mate XS via Facebook Live
Ecrã que são três
Quando fechado (ecrã dobrado), o ecrã frontal do Mate Xs tem 6,6 polegadas. Como o ecrã dobra-se no exterior do smartphone (concha invertida), a traseira também fica com um ecrã de 6,38 polegadas. A Huawei aproveita este formato para, por exemplo, permitir selfies usando as câmaras traseiras (nem há outras). Até é possível fotografar pessoas usando o ecrã principal para fazer o enquadramento enquanto o motivo também pode ver como está na imagem.
Aberto, o ecrã tem 8 polegadas, um valor já comparável aos tablets. Para aproveitar melhor este espaço extra, a Huawei tem modos adaptados, incluindo a possibilidade de apresentar duas apps em simultâneo, que podem ter uma interação mais direta. Por exemplo, o utilizador pode arrastar e largar uma imagem da app galeria para a app de mail.
O ecrã dobrável é construído usando duas camadas o que, segundo o fabricante chinês, permitiu atingir uma resistência 80% superior à do modelo anterior.
Android 10 sem serviços Google
Como acontece com o Mate 30 Pro, também o Mate Xs vem de raiz sem serviços Google, que foram substituídos pelos HMS (serviços móveis da Huawei). Ou seja, apesar de o sistema operativo ser Android 10 com interface EMUI 10, o Mate XS não vem com qualquer aplicação Google, incluindo Maps, Assistente ou G-Mail. Nem sequer traz a Play Store, que foi substituída pela loja de apps da própria Huawei. É provável que, como acontece com o Mate 30 Pro, seja possível adicionar esses serviços posteriormente (como demonstrámos na Exame Informática que está nas bancas). No entanto, a Huawei prefere reforçar que está a trabalhar com as produtoras de software para não só disponibilizarem as apps na loja da marca, como também otimizarem o software para o hardware dos smartphones da marca. Para o efeito, a Huawei disponibiliza uma série de kits de desenvolvimento que prometem facilitar a vida dos programadores e dar acesso a características únicas como a capacidade de processamento de IA dos chips ou as funcionalidades extras das câmaras ou dos ecrãs desdobráveis.
Os responsáveis do gigante chinês não têm dúvidas em apresentar a loja de apps da Huawei como uma terceira via, alternativa à Play Store da Google e à App Store da Apple.