Acabou a espera para todos os que aguardavam a sucessora daquela que é uma das câmaras mais bem sucedidas da Olympus: a E-M5 Mark III chega ao mercado português a 11 de novembro e os preços começam nos 1199 euros apenas para o corpo da máquina, podendo em conjunto com lente (12-200 mm) chegar aos 1899 euros.
O interregno foi significativo: a E-M5 estreou em 2012 e ganhou uma segunda geração em 2015. Quatro anos depois, a sucessora promete um desempenho semi-profissional num corpo que foi trabalhado ao máximo para simplificar a vida de qualquer utilizador, mesmo os que ainda não são versados em fotografia.
«O foco sempre foi a mobilidade e a espontaneidade das câmaras», disse Sergej Alles, gestor de produto para câmaras e lentes da Olympus na Europa, numa apresentação realizada nesta quarta-feira na Áustria, em antecipação à oficialização do lançamento da câmara que acontece nesta quinta-feira. «O produto que vou mostrar é a combinação perfeita dos benefícios da Olympus», acrescentou.
A Olympus E-M5 Mark III apresenta-se com um sensor de quatro terços (Micro 4/3), um formato que não sendo dos mais populares, continua a ter espaço no mercado. A vantagem está acima de tudo nos ganhos que garante em distância focal relativamente aos sensores full frame (35 mm) ou “cropados” (como os APS-C). Com um sensor de 20 megapíxeis, processador Truepic VIII e sistema de estabilização de cinco eixos, a câmara garante num corpo pequeno a tecnologia necessária para conseguir fotografias de calibre semi-profissional.
Dentro do segmento de câmaras mirrorless, a E-M5 Mark III tem, em média, 55% menos volume de corpo e é 65% mais leve. «É para pessoas que viajam com regularidade», atirou Sergej Alles. A máquina garante ainda 121 pontos de focagem automática e uma performance melhorada em cenários de baixa luminosidade, graças ao novo sistema de estabilização.
O design da câmara foi ajustado, relativamente ao modelo da geração passada, para garantir uma maior área para o punho e também botões maiores, para que seja mais fácil controlar os diferentes modos de disparo. Por exemplo, os utilizadores têm agora o modo Bulb disponível na roda principal para facilitar o acesso a disparos de longa exposição.
Ao nível da capacidade de disparo, destaque para o modo “pro”: capta um total de 14 frames quando o utilizador pressiona o botão de disparo até meio e, se pressionar até ao fim, as imagens ficam todas guardadas na memória. Isto aumenta a chance de conseguir “aquele” momento, sobretudo em fotografias de objetos ou sujeitos em movimento.
A câmara tem ainda um modo de disparo em alta resolução, que resulta numa imagem de 50 megapíxeis – na prática, são captadas oito imagens, com o sensor a mover-se ligeiramente para criar uma composição mais detalhada.
Já em termos de vídeo, a Olympus E-M5 Mark III garante gravação em 4K até 30 frames por segundo (fps), Full HD entre 24 e 120 fps, e tem ainda uma entrada dedicada para microfone.
O corpo metálico da E-M5 Mark III garante resistência a poeiras, salpicos e também baixas temperaturas. E por falar em baixas temperaturas…
Primeiro contacto E-M5 Mark III
Na Áustria, no evento de apresentação, tivemos a oportunidade de testar a nova câmara da Olympus e as principais promessas da marca são cumpridas: é uma máquina de formato compacto, fácil de segurar e transportar, os botões na parte superior, apesar de em grande número, são acessíveis e fáceis de manobrar, e a câmara tem de facto um bom desempenho em baixa luminosidade.
Este último aspeto foi aquele que mais surpreendeu neste primeiro contacto. Mesmo sem tripé, um disparo com pouca luz natural resulta numa imagem com uma boa luminosidade e que não fica tremida – pode ver um exemplo numa das últimas fotografias da galeria.
O modo Bulb, dedicado para exposições prolongadas, também funciona bem e garante resultados que, se explorados com criatividade, vão deixar muitos dos seus amigos a perguntar “mas foste tu…?”. Aqui, mais uma vez, destaque para o bom nível de estabilidade que a câmara entrega, mas neste caso será sempre necessário recorrer a um tripé para este modo fotográfico.
Gostamos igualmente da boa reprodução de cores que a câmara garante, seja nos tons azuis, amarelos ou avermelhados. Os tons são saturados e acabam por trazer vivacidade às imagens. Destaque também para o facto de a câmara ter um disparo rápido e ter uma construção sólida e premium, mantendo o design tradicional que tornou as câmaras da Olympus em ícones no mundo da fotografia.
Por outro lado, não ficamos tão surpreendidos com a resolução e detalhe das imagens – a concorrência está a ficar muito forte neste aspeto -, e também não ficamos, pelo menos neste primeiro contacto, convencidos com a autonomia, que poderá rondar as 130, 150 fotos, o que acaba por não ser muito para quem quer uma câmara para saltar do nível “amador” para um nível mais profissional.