O reator de fusão nuclear experimental WEST foi capaz de manter plasma – um estado de matéria conhecido por ser instável –, durante mais de 22 minutos, 1337 segundos no total, marcando um avanço importante no campo da fusão nuclear. O feito foi atingido num reator tokamak da Comissão de Energias Alternativas e Energia Atómica de França (CEA) e bate o recorde anterior conseguido no EAST, na China, há poucas semanas. O avanço demonstra que os cientistas estão a progredir no conhecimento de plasma e das tecnologias para o controlar.
O objetivo derradeiro neste capítulo é obter o controlo sobre o plasma, enquanto se assegura que os componentes que lidam com o material suportam a radiação resultante do processo, sem o poluir e mantendo o bom funcionamento. O recorde será importante ainda para alimentar o ITER, um projeto de reator experimental a fusão nuclear baseado na tecnologia do Tokamak e permitindo gerar eletricidade isenta de emissões. Os cientistas da equipa WEST pretendem reforçar os esforços neste domínio e obter durações de plasma ainda mais prolongadas, num total combinado de várias horas, e sujeitar o material a temperaturas cada vez mais elevadas para se atingir a fusão.
O comunicado do CEA explica que são recebidos investigadores de todo o mundo que tiram partido das características do WEST para conduzir investigação, nomeadamente das capacidades supercondutoras e os componentes ativamente arrefecidos.
A fusão nuclear usa menos recursos e menos combustível que a fissão nuclear, não produzindo vestígios radioativos de longa duração. Esta pode ser uma forma de obter energia limpa, com a comunidade a avaliar várias soluções e tecnologias nesta fase, rumo à descarbonização e a uma maior eficiência.